Vendas online na Mercadona? “Entrarão nos planos a longo prazo”
Depois da Sonae, da Jerónimo Martins e do Lidl, a Mercadona figura como a cadeia de supermercados que mais vende em Portugal, com uma quota de mercado na ordem de 8%, mas não tem pressa de chegar ao pódio, ainda que tenha essa ambição. A expansão física continua a ser a prioridade “número 1” da retalhista espanhola que pretende ter “uma melhor cobertura territorial” antes de olhar para a possibilidade de oferecer aos seus “chefes” (forma como apelida os clientes) a opção de comprarem online.
“O online entrará nos nossos planos a longo prazo. Creio que depois de termos uma melhor cobertura territorial será algo a abordar. Neste momento, vamos continuar focados em abrir lojas físicas, porque temos uma expansão ainda por fazer. Vamos abrir agora a primeira loja na cidade de Lisboa e ainda não estamos no Algarve”, afirma a diretora de relações institucionais da Mercadona em Portugal, Inês Santos.
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A Mercadona, que chegou a Portugal em 2019, tem vindo a crescer significativamente no país, com a abertura de uma média de 10 supermercados ao ano. Em 2024, viu as vendas aumentarem 27% para 1.778 milhões de euros e, pela primeira vez em cinco anos, foi rentável: apresentou um resultado líquido de 7 milhões de euros. Um lucro que o presidente da Mercadona, Juan Roig, afirmou ter ficado abaixo do esperado, mas que contava “duplicar” em 2025.
Ao Negócios, a pouco mais de um mês do fim de 2025, Inês Santos adianta que espera novamente um crescimento “a dois dígitos” e diz estar confiante no objetivo dos 14 milhões: “Acreditamos que vamos cumprir.”
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Apesar do crescimento, para alcançar o pódio em Portugal, a Mercadona precisaria de dar um salto grande, uma ambição que não esconde, mas que também não persegue com uma meta temporal em mente. “Trabalhamos com um nível de exigência alto e a ambição de querermos ser líderes de mercado. Mais do que estar a pensar quando vamos chegar ao pódio, estamos a pensar em quando é que vamos conseguir ter a nossa expansão feita de norte a sul e bem consolidada. Queremos entrar em mais lares e é assim que vamos conseguir quota”, sustenta Inês Santos.
E, nesta linha, o “pulmão” da expansão, o Bloco Logístico de Almeirim, em Santarém, o seu maior na Península Ibérica, inaugurado em junho, fruto de um investimento de 290 milhões de euros, onde trabalham mais de 600 pessoas, vai receber, nos próximos dois anos, um reforço de 13 milhões para a automatização de processos em áreas que pressupõem mais esforço físico dos trabalhadores.
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Se, por um lado, se afasta das principais retalhistas alimentares em Portugal, desde logo por não fazer promoções e por não ter opção nem plano a curto prazo de entrar online, por outro, aproxima-se na aposta no pronto a comer, que Juan Roig descreveu, aliás, recentemente, como um “pilar estratégico”.
“Em Portugal nunca abrimos uma loja sem ter o pronto a comer, portanto, é uma aposta clara e temos vindo a fazer mudanças, desde a adaptação recorrente do sortido, à oferta de um melhor serviço (…) claramente como reflexo do crescimento que este negócio tem. É uma secção muito importante para nós”, garante Inês Santos, embora sem dispor de dados sobre o peso que representa.
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