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Mota-Engil está a renegociar preços com a TotalEnergies. "Já estamos na fase final", diz CEO

A retoma do projeto da empresa francesa no norte de Moçambique está agendada para o final do ano. A Mota-Engil está a renegociar os contratos e espera uma compensação pela paralisação provocada por ataques de grupos extremistas.

Carlos Mota dos Santos, Mota-Engil
Carlos Mota dos Santos, Mota-Engil Pedro Catarino
28 de Agosto de 2025 às 12:45

A Mota-Engil está a renegociar "uma atualização dos preços" com a TotalEnergies, no âmbito de um projeto de exploração de gás natural liquefeito (GNL) no norte de Moçambique - interrompido há quatro anos devido a uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao Estado Islâmico. "Estamos a renegociar com a Total uma atualização dos preços, uma vez que estão desatualizados e precisamos de uma compensação por esta paralisação”, afirmou o CEO da construtora, Carlos Mota dos Santos, numa entrevista citada pela Bloomberg. “Já estamos na fase final", acrescentou.

A retoma do projeto está agendada para o final deste ano e a Mota-Engil espera que contribua significativamente para o crescimento da empresa. "Estou bastante otimista em relação a África", disse ainda, identificando o mercado como o principal motor de expansão da construtora. "Esperamos continuar a crescer em África, especialmente na Nigéria, Angola e Moçambique" - e o projeto da TotalEnergies deverá resultar num "fluxo muito interessante de projetos futuros", declarou. 

A carteira de encomendas da empresa liderada por Mota dos Santos atingiu um novo recorde no primeiro semestre de 2025, ultrapassando os 14,7 mil milhões de euros, com o mercado africano a contribuir para mais de um terço deste valor. Entre janeiro e junho, a Mota-Engil viu os seus lucros crescerem 20% para 59 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado. Até ao final de 2025, o CEO da construtora espera que a carteira de encomendas cresça e fique entre os 15 e os 16 mil milhões. 

Além do empreendimento com a TotalEnergies no norte de Moçambique, a empresa soma ainda projetos na Nigéria e em Angola. Neste último país, a Mota-Engil está envolvida na construção do corredor do Lobito - que se espera que desbloqueie entre 10 a 15 mil milhões de dólares em novos fluxos comerciais anuais.

Em Portugal, a construtora antecipa uma retoma de vários projetos, depois de alguns dossiês terem ficado interrompidos com as eleições antecipadas de maio. A Mota-Engil espera que sejam lançados novos concursos para a construção de novos troços de alta velocidade. No mês passado, o consórcio liderado pela empresa, apelidado de LusoLAV,

Olhando para o desempenho da Mota-Engil em bolsa, que este ano já valorizou cerca de 70%, Mota dos Santos continua a achar que as ações da empresa valem "muito mais" do que o valor em que estão avaliadas atualmente, disse na mesma entrevista. O CEO reiterou ainda que a construtora vai continuar empenhada em reduzir a dívida e a aumentar os lucros. "É isso que temos de entregar aos nossos acionistas para provar que a empresa vale mais”, concluiu. 

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