A Azul é uma das companhias "mais rentáveis do mundo", diz CEO
Companhia brasileira recorreu ao mecanismo judicial norte-americano de proteção contra credores e vai ter novos acionistas.
John Rodgerson, CEO da Azul, diz que o facto da companhia companhia aérea brasileira passar a contar com dois acionistas norte-americanos concorrentes, a United e a American Airlines, se deve à sua rentabilidade.
"Já temos um codeshare [parceria] de décadas com a United. A American viu nosso negócio e percebeu uma oportunidade até para ampliar voos no país. Há dez anos, ela operava oito destinos no Brasil. Hoje, é só Rio e São Paulo. O Brasil é o quinto maior mercado do mundo para ambas. Além disso, elas olharam para o nosso negócio. Descontando essa dívida, que não é culpa da Azul, a companhia é uma das mais rentáveis do mundo. E a que tem mais conexões dentro do Brasil" afirma o gestor em entrevista à Folha de São Paulo.
A Azul anunciou na quarta-feira, 28 de maio, o recurso ao "Chapter 11" (mecanismo judicial norte-americano de proteção contra credores) e também que já chegou a um acordo de reestruturação financeira que lhe permitirá manter-se em atividade. O acordo contempla a entrada da American Airlines e da AerCap (empresa de leasing de aviões) no capital da companhia e o reforço da posição da United, que já é acionista da transportadora brasileira.
John Rodgerson acredita que "com o Chapter 11, o acordo com os credores, e chegada de dois novos sócios estratégicos, a United e a American Airlines", a companhia que já foi acionista da TAP "poderá alcançar voos mais altos e voltar a investir".
O CEO da Azul, na referida entrevista, adianta que a Azul deverá sair do "Chapter 11" no prazo máximo de 12 meses. "Da forma como o estamos apresentando, já com um acordo de entrada [com os credores] e outro de saída, com a chegada dos dois novos sócios, acreditamos que tudo possa ser resolvido em seis meses e, no máximo, um ano", prevê John Rodgerson.
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