Como se desenrolaram os principais negócios de Luís Filipe Vieira
O dono da Promovalor mas também presidente do Benfica foi questionado pelos deputados sobre os vários negócios que o envolvem e ao Banco Espírito Santo/Novo Banco, na comissão parlamentar de inquérito ao banco liderado por António Ramalho.
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NB vai ser acionista da promovalor O Novo Banco vai passar a ser acionista da Promovalor, de Luís Filipe Vieira, depois de vencerem os Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) de 160 milhões de euros detidos pelo banco. “É este ano [agosto] que se vence [o empréstimo obrigacionista] e que se vai processar a operação”, disse o também presidente do Benfica. Nuno Gaioso, presidente da gestora do fundo que ficou com o património de Vieira, já tinha dito no Parlamento que “dificilmente” o fundo vai cumprir o objetivo de reembolsar o Novo Banco. Rei dos Frangos comprou dívida de Vieira O empresário José António dos Santos - conhecido por “rei dos frangos” - comprou a dívida da Imosteps, de Luís Filipe Vieira, por oito milhões de euros. Dívida que o Novo Banco tinha vendido ao fundo Davidson Kempner com desconto de 90%. A revelação foi feita esta segunda-feira na audição. O também presidente do Benfica foi questionado pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua se conhecia o fundo Iberis Semper, que comprou à Davidson Kempner a dívida que este fundo comprou ao Novo Banco. “Não conheço o fundo, mas a pessoa que pôs o dinheiro conheço”, disse Luís Filipe Vieira. O investidor foi José António dos Santos, conhecido como o “rei dos frangos” e o maior acionista individual da Benfica SAD. “Eu acho que [José António dos Santos] fez um ótimo negócio”, referiu Luís Filipe Vieira. Sobre a Imosteps, disse ter sido um “erro meu”, garantindo que a “dívida não era minha”, pois já estava no banco. vender matinha foi “erro de gestão” Luís Filipe Vieira disse que a venda de um fundo imobiliário à seguradora BES Vida foi “o pior erro de gestão” que fez na vida. Fundo que tem os terrenos na zona da Matinha, em Lisboa. “Isso tem a ver com a dificuldade com a troika, ou o que era, nós fizemos esse empréstimo obrigacionista de 160 milhões de euros em 2011, e passado um ano chamaram-me do banco que gostariam de adquirir determinados ativos que nós tínhamos. Se me pergunta hoje se fiz mal, fiz mal”, disse. Capital Criativo e a relação com gaioso Os deputados questionaram Vieira sobre a relação com Nuno Gaioso e sobre a reestruturação de 2017, que envolveu o fundo Capital Criativo. O dono da Promovalor explicou que Gaioso lhe foi apresentado pelo filho. “Ficámos com uma relação, uma questão de simpatia… Era uma pessoa que frequentava o centro de estágio, tinha um filho que jogava lá futebol, era um grande benfiquista e não vou esconder que depois continuámos a falar”, disse, notando que era uma pessoa com “grande capacidade” e, por isso, convidou-o para o Benfica. “Em relação à situação do BES, foi a primeira pessoa” com quem falou. A partir daí, foi Nuno Gaioso que começou a falar com os quadros da empresa e do banco e foi então que surgiu a reestruturação da Promovalor.
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