Inapa reestrutura capital com operação “harmónio”
O grupo de distribuição de papel Inapa decidiu hoje, em reunião do conselho de administração, proceder a uma operação “harmónio” para reestruturar o capital. No final, o valor será igual ao presente, de 150 milhões de euros, anunciou hoje a companhia em c
O grupo de distribuição de papel Inapa decidiu hoje, em reunião do conselho de administração, proceder a uma operação "harmónio" para reestruturar o capital. No final, o valor será igual ao presente, de 150 milhões de euros, anunciou hoje a companhia em comunicado ao mercado.
Em aviso enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a administração da Inapa – Investimentos, Participações e Gestão SA, anunciou que irá propor à assembleia geral de accionistas uma "operação de reestruturação do capital". A mesma será realizada "mediante a redução de capital social", actualmente nos 150 milhões de euros, "por extinção de acções próprias e por redução do valor nominal das acções representativas do capital social e a utilização de reservas para a cobertura de perdas". Haverá subsequentemente um "aumento do capital social para 150 milhões de euros", acrescenta a companhia.
A administração garante que "foi já manifestado pelos accionistas de referência da Inapa o seu apoio de princípio a esta solução de reestruturação do capital da empresa". O objectivo, refere a mesma fonte, é "dotar a empresa de uma estrutura de capital mais sólida".
A Inapa, recorde-se, foi incluída no grupo de participações do Estado a alienar pelo Governo entre 2006-2007. O Estado português detém 29,7% do capital da companhia, que têm ainda como accionistas de referência o grupo BCP (com 16%) e a Portucel (com 15%).
O conselho de administração decidiu igualmente aprovar "modificações de critérios contabilísticos", por "razões prudenciais e de cumprimento de orientações internacionalmente aceites", acrescenta o comunicado.
As modificações incidem assim sobre as "demonstrações financeiras individuais", na "alteração do critério da valorização das suas filiais e associadas". Já sobre as contas consolidadas do grupo, as alterações incidem "na revisão do teste de imparidade de ‘goodwill’, com o ajuste à "evolução da economia europeia, à evolução das taxas de juro, ao desempenho recente do grupo e aos programas de reestruturação e melhoria de rentabilidade aprovados".
No caso das demonstrações financeiras individuais de 2006, em que a companhia "entendeu adoptar" o método da equivalência patrimonial, o efeito contabilístico da alteração ao nível dos capitais próprios é negativo em 149,08 milhões de euros.
Já nas contas consolidadas, a correcção dos "pressupostos que serviram de base de valorização do ‘goodwill’ e outros activos intangíveis a 31 de Dezembro de 2005 resultou num valor de imparidade àqueles activos de 40,19 milhões de euros nas demonstrações financeiras da "holding", contabiliza a administração da Inapa.
Tudo somado, com base nos resultados previstos comunicados ao mercado no passado dia 25 de Janeiro, a administração da Inapa estima "que os capitais próprios consolidados se venham a situar nos 46 milhões de euros".
A direcção da companhia salienta ainda que procedeu a "uma revisão das suas projecções de evolução de mercado e da sua própria actividade no médio e longo prazos", mas não avança em que sentido.
As acções da Inapa [INA] encerraram hoje a valorizar 0,36%, para 2,80 euros.
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