Segundo o comunicado emitido esta manhã, a fusão resultará na emergência do maior conglomerado financeiro privado do Hemisfério Sul, com activos avaliados em 575 mil milhões de reais (193,8 mil milhões de euros), que posicionará o novo grupo entre os 20 maiores do mundo.

“Trata-se de uma instituição financeira com a capacidade de competir no cenário internacional com os grandes bancos mundiais”, prossegue o comunicado, segundo o qual este acordo não decorre das actuais dificuldades que atravessam o sector financeiro mundial, sendo antes “fruto de negociações mantidas sob sigilo ao longo dos últimos 15 meses”.

A associação, que ainda terá de receber “luz verde” dos reguladores, envolverá uma profunda reorganização, que passará pela criação de uma nova companhia aberta, denominada de Itaú Unibanco Holding S.A., cujo controle será partilhado entre a Itaúsa – Investimentos Itaú S.A. e os controladores da Unibanco Holdings.

“O que resulta desta associação é um banco brasileiro com o compromisso, a solidez e a capacidade económica capaz de transformá-lo num agente vital para o desenvolvimento das empresas nacionais e do país”, acrescenta o comunicado, que inúmera os seis grandes objectivos que serão perseguidos pelo novo gigante da banca, entre os quais figura a expansão das actividades no Brasil, mas também um reforço da competição no mercado internacional.

O Conselho de Administração do novo Itaú Unibanco Holding será composto por catorze membros, sendo que seis serão indicados pelos controladores da Itaúsa e pela família Moreira Salles. Os demais oito membros do conselho serão independentes. O Itaú Unibanco Holding terá como Presidente do Conselho de Administração Pedro Moreira Salles e como Presidente Executivo Roberto Egydio Setubal.

Carlos Câmara Pestana, 77 anos, havia sido nomeado, no início de Setembro, “chairman” do conselho de administração do Banco Itaú, no Brasil. O gestor tinha liderado a comissão executiva (CEO) da instituição na década de 90.

Esta nomeação surgiu na sequência da morte, em Agosto, de Olavo Setúbal, líder da família que controla o Banco Itaú e pai do actual presidente executivo, Roberto Setúbal. Câmara Pestana manteve-se como membro não executivo do conselho de administração do Banco BPI, de que o Itaú é um dos principais accionistas.

Segundo o comunicado desta manhã, para propiciar uma transição eficiente e eficaz será criado um comité para definir a forma e o ritmo de integração entre as operações do Itaú e o do Unibanco. Para já, “as operações e negócios realizados com clientes, credores e fornecedores, não sofrerão nenhuma alteração: o Itaú e o Unibanco continuarão operando no Brasil e no exterior, nos moldes actuais”.