A REN registou um resultado líquido de 76,1 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma queda de 8,1% face ao período homólogo do ano passado, quando registou lucros de 82,8 milhões.

Este resultado foi superior ao estimado pelos cinco analistas consultados pela Reuters, que previam lucros de 61,5 milhões de euros, menos 26% do que nos primeiros seis meses de 2008.

Este decréscimo reflecte o comportamento dos resultados não recorrentes, cujo efeito, líquido de imposto foi de 32,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2008 (relacionado com o recebimento do défice tarifário em Abril desse ano) e 16,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2009 (anulação da provisão de 22,8 milhões de euros relativa ao terreno da Central do Pego), refere a empresa liderada por José Penedos em comunicado à CMVM.

O resultado líquido recorrente cresceu 18,2% no primeiro semestre de 2009, relativamente ao período homólogo, fruto do aumento do EBITDA recorrente e da melhoria substancial dos resultados financeiros, sublinha a empresa.

Os proveitos operacionais ascenderam a 315 milhões de euros contra 338 milhões nos primeiros seis meses do ano passado, o que representou uma quebra de 6,8%.

O EBITDA caiu 3% no período em análise, de 209 para 208,8 milhões de euros. O EBITDA recorrente cresceu 9,4%, impulsionado, essencialmente, pelo aumento da base de activos regulados e pela alteração das taxas de remuneração dos activos eléctricos, referiu a empresa no comunicado divulgado após o fecho da bolsa.

A dívida líquida era de 1.977 milhões de euros no final de Junho, mais 239 milhões de euros do que o valor verificado no final de Dezembro de 2008. Este acréscimo da dívida líquida deveu-se ao aumento do investimento realizado, ao pagamento dos dividendos aos accionistas (88 milhões) e ao pagamento do IRC relativo ao exercício de 2008 (94milhões), salienta o comunicado da REN.

No segundo trimestre de 2009, o lucro líquido foi de 44,3 milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 23,8% face ao período homólogo de 2008. Este resultado líquido ficou bastante acima do estimado por uma poll de cinco analistas inquiridos pela Reuters.

Os referidos analistas previam lucros de 29,5 milhões de euros, o que equivalia a uma queda de 49% face ao segundo trimestre do ano passado, quando apresentou um ganho extraordinário de 32,6 milhões de euros.

Esse ganho extraordinário foi impulsionado pelos 466,2 milhões de euros que a REN recebeu em Abril de 2008 do Estado, relativos à amortização da totalidade do défice tarifário, que resultava do Estado ter imposto restrições à subida das tarifas de transporte de electricidade, salientou a Reuters.

A REN encerrou a sessão de hoje estável, nos 2,905 euros.