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Rui Pedroto: "Mais importante que a caridade é a justiça social"

Solidariedade, educação e cultura são as principais áreas de intervenção da Fundação criada pela Mota-Engil. Sem esquecer a presença internacional da empresa e os trabalhadores.

30 de Novembro de 2012 às 00:01

Administrador executivo da Fundação Manuel António da Mota considera que o desenvolvimento da coesão e justiça social deve ser o principal objectivo de uma fundação empresarial.

Porque é que as empresas têm fundações?

Da parte das empresas há a crescente consciência da sua responsabilidade social, além do objectivo económico que perseguem. De que têm um papel a desempenhar nas sociedades onde estão integradas. E em muitos casos entendem que a melhor forma para prosseguir essa sua política de responsabilidade social é através de uma fundação, que é um veículo próprio e autónomo.

Tem-se debatido muito a abordagem mais assistencialista, de caridade, em confronto com as actividades mais ligadas ao desenvolvimento social. Qual é a sua visão?

Mais importante que a caridade é a justiça social. As fundações devem contribuir para uma maior coesão e justiça social nas sociedades onde se integram. A vertente social é o principal eixo de actividade da Fundação, quer através do apoio a entidades do terceiro sector, quer através de iniciativas próprias e parcerias. A educação e a formação são o principal factor de inclusão social que existe.

A Fundação apoia também os trabalhadores da Mota-Engil?

Existe um apoio social às famílias dos trabalhadores. São atribuídas bolsas de estudo aos filhos dos trabalhadores mais carenciados. Em Setembro foi criado um Fundo de Apoio Social para apoiar os trabalhadores que, por perda inesperada de rendimentos ou aumento súbito das despesas, se encontrem numa situação económica muito difícil.

A Mota-Engil é uma empresa com presença em vários países. Como é que isso se traduz no trabalho da Fundação?

A matriz do envolvimento com as comunidades locais onde a empresa está presente estende-se à presença internacional da Mota-Engil, que tem crescido. Nos dias 8 e 9 de Dezembro a Mota-Engil Angola vai promover uma acção de rastreio de doenças infectocontagiosas junto de 1.300 crianças em Cabinda, em colaboração com a Ordem de Malta.

Das iniciativas desenvolvidas pela Fundação, qual destacaria?

O prémio António Manuel da Mota, que já vai na terceira edição. Este ano vamos distinguir iniciativas na área do envelhecimento activo e solidariedade entre gerações. A entrega do prémio é no dia 16. No capítulo da educação gostaria de destacar o Centro de Formação Profissional Manuel António da Mota, onde é ministrada uma formação dual, que dá uma certificação académica [12º ano] e profissional.

 

Fundação Manuel António da Mota

Quando foi criada

Instituída pela Mota-Engil e a família Mota, foi oficialmente reconhecida em finais de 2010, tendo iniciado a actividade em 2011. Tem sede no Porto.

De onde vem o dinheiro

A Fundação tem como mecenas o Grupo Mota-Engil financiando-se maioritariamente através das dotações orçamentais que lhe são anualmente conferidas pela construtora. Além disso candidata-se regularmente a fundos provenientes do Instituto de Emprego e Formação Profissional.

Onde é aplicado

Na promoção desenvolvimento e apoio a iniciativas de natureza social nos domínios da beneficência e solidariedade social, e de natureza cultural nos domínios da educação, saúde, ambiente, organização e apoio à actividade artística, exercendo a sua acção em todo o território nacional e nos países onde o Grupo Mota-Engil marca presença. Todos os anos é atribuído o Prémio Manuel António da Mota, que distingue organizações e personalidades que se destaquem nos vários domínios de actividade da Fundação. Tem ainda sob a sua gestão o Centro de Formação Profissional Manuel António da Mota. Na área cultural o destaque vai para o programa de arte contemporânea ARTES.

Como evoluiu o orçamento

A Fundação foi instituída com uma dotação inicial de um milhão de euros. O orçamento de 2011 foi de cerca de 900 mil euros, subindo este ano para 1,27 milhões de euros.

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