Depois de ter sido negociada e "aprovada em tempo recorde" pelo Parlamento Europeu, entre março e setembro de 2023, a muito aguardada reforma do mercado elétrico europeu tem a sua votação decisiva no Conselho Europeu marcada para o próximo dia 17 de outubro. Para já, França continua a ser a principal "pedra no sapato" de Bruxelas. Ultrapassadas as exigências da Polónia, que queria mecanismos de capacidade para o carvão – às quais os 27 não cederam, tendo as diferenças entretanto sido ultrapassadas –, o mesmo não aconteceu com França. O Governo de Paris insiste, e não dá o braço a torcer (e a UE, por seu lado, também não), que os contratos por diferença (CfD, "contracts for difference", em inglês) estabelecidos no âmbito da reforma do mercado elétrico sejam retroativos para o nuclear. "Com a capacidade instalada que o país tem no nuclear, entendemos que isso é uma forma de contornar as ajudas de Estado e de concorrência desleal com o resto da Europa.