Portugália empenhada em trazer novas marcas para o país
O grupo português estreia-se como franchisado. Experiência “enriquecedora” para quem também tem restaurantes explorados por terceiros. E ainda o primeiro passo numa nova estratégia.
As cordas cruzam o novo restaurante do Grupo Portugália em Lisboa, evocando o mar que inspira os pratos. E a nova marca: Segundo Muelle.
"É uma novidade sermos ‘franchising’ de uma marca", aponta ao Negócios a porta-voz Maria Carvalho Martins. A "nova etapa" foi um processo "muito rápido". O convite da Embaixada do Peru chegou em 2015, provando a estratégia do país sul-americano em afirmar-se através da sua gastronomia.
O Segundo Muelle, projecto de Daniel Manrique, acabou por se mostrar "diferenciador para a oferta que existia em Portugal", recorda a responsável. Com a entrada em Portugal, a marca passa a estar presente em seis países com 17 restaurantes. Manrique é descrito como um apaixonado pelo mar. Em pequeno pescava com os amigos e preparava o peixe. Aos 20 anos, e sem qualquer passado na área, abre o primeiro restaurante numa garagem na capital do Peru, Lima.
A experiência "enriquece-nos", garante Maria Carvalho Martins. Até porque o grupo português tem ele próprio marcas franchisadas. Passa-se a ver o negócio a partir de duas perspectivas, oleando relações nas duas direcções. Questionada sobre o interesse em trazer mais marcas estrangeiras para a restauração lusa, a porta-voz não fecha a porta. "Não estamos a fazer estudos mas estamos muito abertos a isso", realça. Os contactos nesse sentido têm sido constantes ao longo dos anos.
A certeza é de que os portugueses estão mais predispostos a experimentar. "As crises tornam o cliente mais exigente", resume. O dono das cervejarias Portugália, Trindade e Ribadouro tem como prioridade expandir a rede Portugália Balcão – conceito presente em centros comerciais – e testar a marca Segundo Muelle para levá-la a novos pontos do país.
Preocupado em fechar parcerias com agentes turísticos, o Grupo Portugália encara a localização dos restaurantes como factor primordial. No caso do Segundo Muelle, a aposta foi feita primeiro no espaço, só depois no conceito. "O custo imobiliário está elevadíssimo, não corre a favor de quem quer abrir um negócio", posiciona Maria Carvalho Martins.
O novo restaurante conta com 30 trabalhadores, elevando o total do grupo para os 768. O ano passado registou um volume de negócios de 29,5 milhões de euros. Em 2016, a tendência é de crescimento, com o indicador a fixar-se nos 16,7 milhões no primeiro semestre.
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