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Quase metade dos patrões sem sucessor

Livro Branco da Sucessão Empresarial indica que a grande maioria dos empresários prefere manter o poder na família, mostrando os dados oficiais que só 20% das empresas chegam à terceira geração.

30 de Janeiro de 2012 às 19:49

De acordo com o documento, a que o Negócios teve acesso, “a sucessão para dentro da família é observada como a primeira hipótese para a clara maioria (83%) dos entrevistados”. Seguem-se as possibilidades de escolha do sucessor no actual quadro de colaboradores (9%) e fora da família e do quadro de colaboradores (3%), enquanto 2,5% perspectivam a venda da empresa.

Da amostra de mais de uma centena de empresas familiares que colaboraram neste estudo, resultam também as características que os empresários consideram mais importantes no perfil do sucessor: paixão pelo negócio, comprometimento, competência técnica, credibilidade e liderança, por esta ordem.

“Sendo a sucessão inevitável, ela nem sempre é efectuada para o Sucessor desejável e, muitas vezes, ambicionado pelo Sucedido. O facto de, em alguns casos, os descendentes não estarem interessados ou disponíveis acaba por dificultar a transmissão do negócio, tornando a sucessão mais complexa”, lê-se no capítulo referente ao “dilema” em torno desta opção.

De acordo com os dados citados pelo estudo da AEP, 50% das empresas familiares passam para uma segunda geração, mas apenas 20% consegue atingir a terceira geração. Um dado que adquire relevância quando das 350 mil sociedades que compõem o tecido empresarial português, 80% são familiares.

“Pai rico, filho nobre e neto pobre”

Além da escolha propriamente dita, a complexidade da sucessão empresarial prende-se também com o longo intervalo de tempo – sete a 15 anos – que duram os processos de transferência de conhecimento, indica o mesmo documento.

O diagnóstico possibilitado pelo Livro Branco aponta para que “a maior parte dos empresários opte, de forma consciente, por adiar o planeamento da sucessão deixando que esta vá ocorrendo, classificando-a mais tarde como natural e não planeada”. O ditado popular “Pai rico, filho nobre e neto pobre” ajuda a ilustrar uma realidade que podia ser evitada com planeamento.

A apresentação deste Livro Branco acontece amanhã, terça-feira, no âmbito do Congresso Europeu da Sucessão Empresarial, no qual participarão, entre outros, Alexandre Soares dos Santos (grupo Jerónimo Martins), Jorge Meireles (António Meireles), António Guedes (Aveleda), Eugénio Santos (Colunex) e António Costa (escola de negócios Novacaixagalicia).

No final do evento, a decorrer na Exponor (Matosinhos), será também lançado o Observatório da Sucessão Empresarial em Portugal, sendo o objectivo da AEP passar a "monitorizar, criar pensamento estratégico e disseminar informação" sobre esta problemática.

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