Responsável do Barclays ouvido hoje no Parlamento sobre os “swaps”
Um responsável do Barclays, um dos bancos internacionais que vendeu “swaps” a empresas públicas portugueses, vai ser hoje ouvido no parlamento pelos deputados da comissão de inquérito.
A audição de Rogério Alexandre, do Barclays Investment Banking Portugal, acontece pelas 15:00 (hora de Lisboa) na Assembleia da República, depois de a semana passada ter sido ouvido Bernardo Meyrelles Souto, do alemão Deutsche Bank.
Segundo os documentos enviados à comissão inquérito, a que a Lusa teve acesso, o Estado português pagou 138,5 milhões de euros em termos líquidos ao Barclays para cancelar os contratos 'swap' que este tinha com as empresas CP -- Comboios de Portugal, Metro de Lisboa e Refer.
No caso do Metro de Lisboa, foram fechadas oito operações, tendo a empresa pago ao banco 144,5 milhões de euros, enquanto a CP pagou 2,467 milhões de euros para fechar o único “swap” que tinha com o Barclays.
Já a Refer cancelou três operações, mas como estas tinham valor positivo para a empresa recebeu do banco 8,5 milhões de euros.
A audição dos responsáveis de derivados de bancos internacionais está dependente da boa vontade destes, já que não estão sob jurisdição portuguesa, pelo que não podem ser notificados a depor.
Depois do Deutsche Bank e do Barclays serão ainda ouvidos responsáveis do BNP Paribas e do JP Morgan Chase. A aguardar confirmação estão os depoimentos do Société Générale e Credit Suisse.
O relatório do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública sobre os “swaps” contratados por empresas públicas estimou que, no final de 2012, as perdas potenciais destas operações ultrapassavam os 3.000 milhões de euros.
De acordo com informação conhecida até ao momento, as empresas públicas pagaram 1.008 milhões de euros para anular 69 contratos com nove bancos com perdas potenciais de 1.500 milhões de euros. Sobram ainda cerca de 1.500 milhões de euros em perdas potenciais, a maior parte das quais com contratos com o Santander Totta, com que ainda não foi possível qualquer entendimento.
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