Rui Vilar, João Talone e António Borges demitem-se em colisão com grandes cotadas
A Assembleia geral do IPCG convocada para esta manhã, para aprovar o Código de Bom Governo das Sociedades, levou às demissões de Rui Vilar, João Talone e António Borges. Em causa, um movimento de protesto contra o documento encabeçado por algumas das principais cotadas.
A Assembleia geral do IPCG convocada para esta manhã, para aprovar o Código de Bom Governo das Sociedades, levou às demissões de Rui Vilar, João Talone e António Borges. Em causa, um movimento de protesto contra o documento encabeçado por algumas das principais cotadas.
De acordo com as declarações de João Talone (na foto) colocadas online no site do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), o protesto foi encabeçado pelo BCP, BES, Mota & Companhia, Portugal Telecom, Zon e ainda por Luís Palha da Silva (CEO da Jerónimo Martins) e Vasco Mello (Presidente da Brisa), ambos associados a título individual.
Estas empresas, afirma Talone, convocaram-no para uma reunião, dois dias antes da AG, na qual o informaram não concordar com a metodologia, conceito e conteúdo do projecto que esteve a ser elaborado sob a alçada de Rui Vilar no último ano e passou por um processo de consulta pública durante alguns meses.
Pelo que este grupo solicitou o adiamento da Assembleia, mas os órgãos sociais decidiram manter a convocação. “Inesperadamente, ontem ao fim da tarde recebemos cartas do BCP; BES; Mota & Companhia; Portugal Telecon; Zon e Dr. Vasco de Mello (e dos responsáveis destas organizações que eram sócios individuais), confirmando a avaliação negativa do documento e da metodologia, e a autodesvincularem-se do IPCG por não termos adiado a Assembleia Geral. A EDP; a REN e o Dr. Luís Palha da Silva, também escreveram a informar não participar nesta AG pelos mesmos motivos, e a condicionar a sua posição futura em relação ao IPCG”, relata Talone.
Este facto levou às demissões, esta manhã, de João Talone, Rui Vilar e António Borges, respectivamente presidente da direcção, presidente do conselho geral e presidente da mesa da assembleia geral do IPCG. A actual direcção, que em Abril terminava o seu mandato de três anos, está a partir de hoje em gestão corrente, até que sejam realizadas eleições.
Até ao momento, nenhum dos envolvidos esteve disponível para comentar o sucedido.
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