pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Sabadell diz que fracasso da OPA do BBVA é o melhor para futuro dos dois bancos

"O fim da OPA é o melhor caminho para o Banco Sabadell e para o BBVA, que são duas grandes entidades que geram mais valor separadas do que juntas", afirmou o presidente do Sabadell, Josep Oliu, citado num comunicado.

 César González-Bueno, CEO do Sabadell
César González-Bueno, CEO do Sabadell Borja Sanchez-Trillo LUSA_EPA
09:41

O banco Sabadell manifestou esta sexta-feira "grande satisfação" com o fracasso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA de que foi alvo e considerou que as duas entidades gerarão mais valor sem haver fusão.

"O fim da OPA é o melhor caminho para o Banco Sabadell e para o BBVA, que são duas grandes entidades que geram mais valor separadas do que juntas", afirmou o presidente do Sabadell, Josep Oliu, citado num comunicado.

"É uma grande satisfação confirmar que o Banco Sabadell poderá continuar sozinho", acrescentou Josep Oliu, que lembrou que a instituição tem uma história de 144 anos.

Também o presidente executivo (CEO) do Sabadell, César González-Bueno, citado no mesmo comunicado, considerou que o banco catalão é um "projeto que tem um grande presente e um melhor futuro de forma independente".

Uma vez concluído o processo da OPA e após o fracasso da operação, o Sabadll vai prosseguir com a execução do seu Plano Estratégico 2025-2027, anunciado em julho passado, "que contempla a remuneração de 6.450 milhões de euros aos acionistas e aumentar a rentabilidade para 16% em 2027", revela o banco catalão, no comunicado divulgado hoje.

O BBVA, banco espanhol com origem no País Basco, não conseguiu levar a bom porto a OPA hostil sobre o catalão Sabadell, não alcançando sequer 26% do capital da instituição financeira, disse na quinta-feira a Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha.

O banco basco BBVA conseguiu 25,47% do capital do Sabadell, muito longe do objetivo inicial de 50%, que lhe teria dado o controlo do banco catalão.

A OPA estava formalmente em curso desde 08 de setembro, com uma proposta do BBVA de uma ação sua por cada 4,8376 ações do Sabadell, avaliando cada ação catalã em 3,39 euros --- o valor mais alto em mais de uma década.

O banco basco havia definido como requisito mínimo obter 50% do capital do Sabadell. Caso conseguisse entre 30% e 50%, poderia manter a participação, mas seria obrigado a lançar uma segunda OPA totalmente em dinheiro --- ao contrário da atual, que propunha apenas a troca de ações.

Qualquer participação abaixo de 30% significaria o fracasso total da oferta, como se confirmou.

A tentativa de fusão do BBVA com o Sabadell visava criar um dos maiores bancos europeus, com cerca de um bilião de euros em ativos, mais de 135 mil trabalhadores no mundo (incluindo 19.213 do Sabadell) e mais de 7.000 agências.

A nova entidade teria superado o CaixaBank (proprietário do BPI) em ativos, tornando-se o segundo maior banco de Espanha, atrás apenas do Santander.

Desde o lançamento da OPA, em maio de 2024, o processo enfrentou várias dificuldades regulatórias.

O regulador do mercado aprovou a operação apenas em abril deste ano, e o Governo espanhol condicionou a fusão à manutenção separada das personalidades jurídicas, patrimónios e gestões de ambos os bancos durante três anos, com possibilidade de prolongamento por mais dois. Bruxelas abriu um processo de infração devido à legislação que permitiu ao Governo impor essas condições.

Além do Governo de Espanha, também o executivo regional da Catalunha (ambos liderados pelos socialistas) manifestou reservas à fusão dos dois bancos

A OPA foi ainda criticada por cerca de 70 associações empresariais e sindicatos.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio