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Sindicato denuncia que Polopiqué aguarda insolvência para despedir 274 funcionários

O plano inclui o encerramento de duas fábricas, renegociação da dívida com a banca, pedidos de insolvência em algumas unidades e venda de ativos, numa estratégia que visa concentrar-se nas áreas de maior rentabilidade.

Fábrica da Polopiqué
Fábrica da Polopiqué Ricardo Castelo
04 de Setembro de 2025 às 19:44

O presidente do Sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes denunciou hoje que a administração do grupo Polopiqué aguarda apenas que seja proferida a declaração de insolvência da Polopiqué Tecidos e da Cottonsmile para avançar com o despedimento de 274 trabalhadores.

Em declarações à Lusa sobre o despedimento conhecido em 29 de agosto nas duas empresas de Santo Tirso, Francisco Vieira explicou que o plano inclui o encerramento de duas fábricas, renegociação da dívida com a banca através de Processos Especiais de Revitalização (PER), pedidos de insolvência em algumas unidades e venda de ativos, numa estratégia que visa concentrar-se nas áreas de maior rentabilidade.

Segundo o representante do sindicato, o pedido de insolvência deu entrada no Tribunal de Guimarães em 26 de agosto.

Em comunicado enviado à Lusa, a administração argumenta que o grupo "iniciou a implementação de um Plano Estratégico de Reestruturação, alinhado com a estratégia dos seus principais clientes, e que visa ajustar a sua estrutura industrial e organizacional às atuais exigências do mercado global, reforçando o seu foco na agilidade, eficiência e criação de valor".

Segundo o sindicalista, "as duas empresas que se apresentaram à insolvência estão mortas", admitindo que a declaração de insolvência chegará a "qualquer momento".

Sobre a "especulação de que o número de insolvências a apresentar ou processos especiais de revitalização não tinham terminado no universo das empresas do grupo Polopiqué", Francisco Vieira disse ter recebido "informação do advogado das empresas de que não haverá mais nenhuma".

"A informação que nos foi transmitida é que nas duas que têm processos especiais de revitalização, os salários e os subsídios estarão em dia, mas eu mesmo assim tenho alguma reserva, porque não é a informação que tenho. Sabemos que havia trabalhadores das outras empresas que foram de férias, que regressaram para trabalhar e não tinham recebido o subsídio de férias. Carece de uma confirmação objetiva", acrescentou.

O presidente do sindicato avançou à Lusa que na sexta-feira "cairá na conta dos trabalhadores da Polopique Tecidos SA 70% do salário" dado que a empresa recebeu "um valor significativo que não dará para pagar mais do que 70%", uma transação, sublinhou, que "terá de ser feita a todo gás para evitar que seja nomeado o administrador de insolvência, porque se for nomeado o administrador, a partir daquele momento não podem ser efetuados os pagamentos".

Segundo a empresa, o Plano Estratégico de Reestruturação prevê a "concentração da capacidade produtiva nas unidades com maior rendimento operacional e flexibilidade, encerrando as unidades de confeção de vestuário e tecelagem de tecidos e o reforço da subcontratação externa estratégica, especialmente na área da confeção, mantendo os elevados padrões de qualidade e controlo".

O redimensionamento da estrutura organizacional, garantindo uma operação mais ágil e alinhada com a procura, dispensando 274 colaboradores, com salvaguarda de todos os direitos legais, alienação de ativos não essenciais, que permitirá canalizar recursos para investimento futuro e inovação e o reforço da parceria estratégica com clientes-chave, garantindo estabilidade operacional e uma visão de crescimento sustentável a médio e longo prazo, completam o Plano Estratégico.

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