TAP garante que vai colaborar com investigações. PJ confirma buscas
A Polícia Judiciária já confirmou as buscas às instalações da companhia aérea portuguesa. TAP diz não comentar processos judiciais.
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A TAP rejeitou esta terça-feira comentar processos judiciais e garantiu colaborar com as autoridades em todas e quaisquer investigações, na sequência das buscas da Polícia Judiciária (PJ) na companhia aérea, por suspeitas de crimes na privatização em 2015.
"A TAP não comenta processos judiciais e colabora sempre com as autoridades em todas e quaisquer investigações", respondeu fonte oficial da companhia aérea.
O diretor da PJ confirmou esta manhã buscas à companhia aérea portuguesa TAP numa investigação liderada pelo Departamento central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
"Estamos a dar todo o apoio e suporte [à investigação], por parte da Instituição, após solicitação do Ministério Público e do DCIAP, em particular", disse o diretor da PJ, Luís Neves.
A PJ estará também está a fazer buscas em escritórios de advogados e em causa estão alegados crimes na fase de privatização da companhia.
Segundo informações recolhidas pelo NOW, esta investigação diz respeito ao processo de privatização, em 2015, no qual a companhia aérea foi vendida a um consórcio liderado pelos empresários David Neelman e Humberto Pedrosa.
O inquérito que corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) teve origem numa queixa apresentada, em 2023, pelos então ministros dos Transportes e Finanças, Pedro Nuno Santos e Fernando Medina, respetivamente.
Em causa estão suspeitas de que o empresário David Neelman socorreu-se de fundos próprios da companhia aérea portuguesa para, juntamente com Humberto Pedrosa, a comprar. Uma situação sinalizada pela Inspeção Geral de Finanças que, em 2024, apontou a coincidência entre o valor das prestações suplementares de capital que os dois empresários estavam obrigados a fazer na TAP e um contrato já existente entre a empresa e a fabricante de aviões Airbus.
Em 2023, a Comissão Parlamentar de Inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP enviou a documentação recolhida para o Ministério Público: A CPI encontrou fortes indícios, na documentação enviada pela TAP SA e TAP SGPS, de que um conjunto de pagamentos de despesas da DGN (empresa de David Neelman) com a compra da TAP foram pagas pela própria companhia aérea portuguesa: despesas de consultadoria (15 milhões); salários dos administradores, já após a compra, pagos através de uma prestação de serviços, evitando pagamento à Segurança Social; e uso indevido de viaturas da empresa.
Além da TAP e da Barraqueiro, os inspetores da Judiciária estão ainda a fazer buscas em empresas de consultadoria e escritórios de advogados.
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