A Unicer quer reforçar a sua presença no mercado espanhol por forma a aumentar a sua quota no mercado europeu, quer através de crescimento orgânico quer por via de aquisições, disse Ferreira de Oliveira, presidente da Unicer, adiantando que este mês o Grupo vai lançar duas novas cervejas.

O líder do sector cervejeiro e águas em Portugal tem «como ambição tornar-se num grupo de referência na Península Ibérica», sendo que «uma das limitações do mercado nacional é o universo de consumidores, que é de apenas 10 milhões», referiu Ferreira de Oliveira.

Em conferência de imprensa, o mesmo responsável adiantou que «queremos uma plataforma para sobreviver a longo prazo», passando a estratégia pelo reforço de posição em Espanha.

A Unicer detém uma quota de mercado na Península Ibérica de 12% encontrando-se na terceira posição do «ranking». No entanto, a empresa nacional é, em facturação, «a maior exportadora na Península Ibérica», revelou aquele responsável.

Para concretizar este objectivo, a estratégia será a de iniciar, em Espanha, com uma postura de desenvolvimento orgânico, tendo, neste momento «três distribuidores em Espanha» para algumas das marcas da Unicer, como a Super Bock, a Guaraná Brasil e a Vitalis.

Após o conhecimento dos interesses dos espanhóis, a Unicer admite aquisições naquele mercado.

Em 2001, a Unicer estudou duas oportunidades de aquisição, mas «as sinergias não criavam valor para a empresa», referiu Ferreira de Oliveira ao Negocios.pt.

Em Espanha, o objectivo é produzir, em dois anos, o mesmo produzido no mercado francês que ascende a quatro milhões de litros de bebidas. No final de 2001, a Unicer colocou no mercado 522 milhões de litros de produtos.

O grupo cervejeiro não descarta igualmente estar atento a novas oportunidades de investimento no Brasil.

Unicer lança Cerveja Clock e Tuborg Classic

Para alvancar o reforço de quota de mercado, o grupo nacional vai «introduzir novos produtos no mercado», estando entre eles, o relançamento este mês da cerveja «Clock» e o lançamento da cerveja Tuborg Classic, anunciou o presidente da Unicer.

A cerveja «Clock», que foi retirada do mercado, vai «ser primeiro lançada para os consumidores que a conhecem, que é mais no centro do país», referiu o mesmo responsável.

No sector cervejeiro, a Unicer controla 60% do mercado nacional. Este sector, que contribui com 70% para a facturação total da empresa, vai passar a contribuir 55% após a finalização da aquisição da VMPS, empresa que opera no sector das águas.

Até ao final do ano, estão ainda previstos os lançamentos de mais duas novas cervejas em Portugal, passando a deter oito marcas daquela bebida em Portugal.

Além das novas cervejas, a Unicer vai lançar também «este ano, o Vini Tinto (vinho à pressão) e, lançar uma nova marca nacional de vinho tinto, branco e maduro», acrescentou.

O lançamento de cada nova marca «custa entre um a quatro milhões de euros», disse Ferreira de Oliveira ao Negocios.pt.

Em investimentos decorrentes do desenvolvimento da actividade, como reestruturação de fábricas, novas linhas de produção, a Unicer dispende por ano um valor de «30 milhões de euros», adiantou.

Por ano, a Unicer gasta em campanhas de publicidade e propraganda «10% da sua facturação» ou cerca de 30 milhões de euros para potenciar o desenvolvimento das marcas de bebidas que colocam no mercado.

Unicer quer patrocinar Euro 2004

A estratégia de crescimento da empresa, passa também pelos patrocínios de eventos que se identifiquem com as marcas de bebidas da Unicer.

O grupo patrocionou a Expo 98, e investiu 2,25 milhões de euros para patrocinar o Porto Capital da Cultura em 2001.

No seguimento desta posição, «queria ver se nos associamos a este grande acontecimento (Euro 2004)», campeonato europeu de futebol que se vai realizar em Portugal.