Catroga passa a bola a Mexia: só a gestão negociou os CMEC
De acordo com o antigo presidente do Conselho Geral de Supervisão (CGS) da EDP, Eduardo Catroga, o órgão pelo qual era responsável limitou-se a expor os seus pontos de vista relativamente aos Contratos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), sem dialogar com qualquer Governo. Apenas o conselho executivo, liderado por Mexia desde então, terá interagido com os poderes políticos.
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"Quem fazia essas negociações era o conselho executivo, nunca o conselho geral de supervisão", declarou no Parlamento, frente à Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade. Com "essas negociações", Catroga referia-se a medidas "que infringissem qualquer neutralidade económica" dos contratos entre a EDP e o Estado, como é o caso dos CMEC.
"Eu dava conhecimento da minha posição e acionista, não era uma interação negocial", relatou. Catroga exerceu as funções de presidente do Conselho Geral de Supervisão desde 2012. António Mexia é o CEO da empresa desde 2006, tendo sido reeleito para um novo mandato em 2018, com o qual assegura a liderança da elétrica até 2020.
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Estas declarações foram proferidas na sequência das perguntas colocadas pelo deputado do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, que pretendia esclarecer que acordo existiu em outubro de 2011, o qual Eduardo Catroga menciona em correspondência trocada à data com o Governo, e à qual a Comissão teve acesso. Em resposta, o ex-presidente da EDP alegou que o referido acordo seria parte de um "processo contínuo" que resultou no acordo formal, já conhecido, firmado em abril de 2012, e o qual levou à atualização do corte de uma taxa anual dos CMEC, aceitando como "única contrapartida" a "estabilidade legal e regulatória".
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