Galp à procura de ideias na mobilidade elétrica e renováveis na Califórnia

A empresa admite que "existe uma abertura" para investimentos nos Estados Unidos, com "compra de empresas, parcerias", porque se trata de um mercado que lhes interessa.
João Santos
Lusa 18 de Agosto de 2019 às 11:29

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A Galp vai participar no Global Summit da Singularity University, em São Francisco, com olhos postos em novas ideias e áreas alternativas à exploração de petróleo, disse à Lusa o responsável da empresa Nuno Pedras.

O objetivo é "ver o que existe em termos de mobilidade elétrica, energias renováveis, como estão a abordar os temas das economias de baixo carbono e ver se nessa vertente também existem coisas que possam ser relevantes para a Galp", explicou o responsável pela área das tecnologias (CIO).

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"Esta indústria é muito conservadora, e há pouco anos apenas começaram a ver que não era intocável e que as coisas vão sofrer grandes alterações", afirmou. "A discussão sobre a mobilidade elétrica e as economias de baixo carbono estão em voga".

O Global Summit decorre de 19 a 21 de agosto e é o evento anual da Singularity University, uma escola de inovação criada em Silicon Valley pelos futuristas Ray Kurzweil e Peter Diamandis que se foca nas tecnologias exponenciais e tem vários 'chapters' espalhados pelo mundo, incluindo Portugal.

"Aquilo que a Galp e a maioria dos concorrentes estão a olhar é como podemos ter um portefólio de produtos e serviços que seja maior do que aquilo que temos", afirmou Nuno Pedras, acrescentando: "Isto não vai ser de hoje para amanhã nem daqui a cinco ou dez anos, mas vai haver uma aceleração do investimento na mobilidade elétrica".

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Segundo o executivo, a empresa "está a querer investir" e tem uma administradora nova focada nas energias renováveis e novos modelos de negócio, Susana Quinta-Plaza. "Temos de nos preparar para o futuro e pensar em novos modelos de negócio", indicou.

"As coisas não surjem de um dia para o outro e há sempre a possibilidade de fracasso. Temos de ter tempo para fracassar, para testar novos modelos e conseguir acertar", referiu.

O responsável ressalvou, no entanto, que a Galp vai continuar a investir para ampliar o portefólio "e não pensando que algo vai desaparecer de imediato", porque manterá investimentos fortes também nas outras áreas.

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No evento em São Francisco, Nuno Pedras pretende trabalhar em novas parcerias e procurar empresas com as quais possa ser feita a alavancagem de inovações incorporando o legado existente.

"Nós temos definida uma estratégia de 'analytics' e estou interessado em ver dentro dela quais são os parceiros e o que se está a fazer de melhor por aí fora", referiu.

A ideia é "ter exposição a essas novas tecnologias, novos possíveis parceiros, muito na vertente de 'startups' ou empresas de nicho para resolver problemas concretos que possamos ter".

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O CIO explicou ainda que "existe uma abertura" para investimentos nos Estados Unidos, com "compra de empresas, parcerias", porque se trata de um mercado que lhes interessa.

A energética vai ter um "chief data officer" e está a olhar para 'machine learning' e 'deep learning', além de Internet das Coisas (IoT), que Nuno Pedras considerou ser "muito importante" porque permite recolher dados de todo o tipo de sensores nas refinarias.

"Nós estamos numa senda de mudança e transformação com agressividade, não queremos ser seguidores, queremos ser uma empresa de referência, tanto do ponto de vista energético como tecnológico", afirmou.

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A Galp é uma das parceiras corporativas da SingularityU Portugal, que foi criada em 2018 através de uma 'joint venture' entre a Beta-i, cidade de Cascais e Nova School of Business and Economics (Nova SBE).

O Global Summit tem uma comitiva portuguesa coordenada pela Beta-i que inclui a Ageas e Semapa, além da Galp.

A SingularityU Portugal fez o primeiro encontro nacional a 08 e 09 de outubro de 2018.

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