Países africanos banem combustíveis sujos da Europa

Cinco países ocidentais do continente africano vão deixar de importar combustíveis da Europa. Em causa está a venda de diesel com altos valores de enxofre, que jamais poderiam ser vendidos no velho continente.
china poluição
06 de Dezembro de 2016 às 16:01

Nigéria, Togo, Benim, Gana e Costa do Marfim são os cinco países que se recusam a trocar combustível com a Europa. O produto que tem vindo a ser importado para estes países apresenta níveis de enxofre mais elevados, tornando-se assim mais poluentes.

 

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A iniciativa contou com o apoio do Programa Ambiental das Nações Unidas. Espera-se que os níveis de enxofre presente no diesel desçam de 3.000 partes por milhão para as 50 partes por milhão. Já na Europa o máximo permitido é de 10 partes por milhão desde 2009.

 

"A África ocidental está a mandar uma forte mensagem de que já não aceitam combustíveis sujos da Europa", afirma Erik Solheim, director do programa ambientar das Nações Unidas, acrescentando que se trata de colocar a saúde das pessoas em primeiro lugar.

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No passado mês de Setembro, a Swiss NGO Public Eye acusou empresas como a Trafigura, a Vitol e a BP pela transacção de combustíveis poluentes para África, avançou o The Guardian. A acusação de "arbitragem regulatória" contemplava ainda que as companhias petrolíferas vendiam estes combustíveis a preços mais baixos, a preço da saúde das populações, uma vez que os altos níveis de enxofre são responsáveis por doenças respiratórias como a bronquite e a asma.

 

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De acordo com a mesma fonte, esta prática não é ilegal. As empresas envolvidas na acusação afirmam cumprir com os padrões impostos pelos governos dos países para onde exportam. As mesmas afirmam que apoiam a Associação de Refinadores Africanos para melhorar os padrões dos combustíveis.

 

Segundo as Nações Unidas, a poluição atmosférica tem sido fatal para milhões de pessoas todos os anos. "Precisamos de assegurar que todos os países introduzem urgentemente combustíveis e veículos mais limpos para ajudar a reduzir as estatísticas chocantes", afirma Erik Solheim.

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Os cinco países, refere ainda o The Guardian, comprometeram-se em melhorar as suas refinarias e apostar na produção local de diesel até 2020.

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