Renováveis pouparam 2,4 mil milhões na conta da luz na última década
A produção de eletricidade a partir de fontes renováveis permitiu uma poupança ao sistema de 2,4 mil milhões de euros na última década, de acordo com as conclusões de um estudo da Deloitte a pedido da Associação de Energias Renováveis (APREN). Dados que para o presidente da associação, Pedro Amaral Jorge, e para o secretário de Estado da Energia, João Galamba mostram que Portugal "está no caminho certo"
PUB
As contas da consultora têm como base o custo que o eletricidade teria caso não houvesse energia renovável (10 mil milhões de euros) e a subtração do sobrecusto das renováveis pagas através dos subsídios e pelos consumidores portugueses (7,6 mil milhões de euros).
PUB
O objetivo do estudo era responder a algumas perguntas sobre o impacto socioeconómico do setor a longo prazo, "as quais não estão no Plano Nacional de Energia e Clima", como explicou o presidente da APREN. Tendo como base o cenário deste plano, a Deloitte estima que "até 2030 o PIB proveniente das fontes de energia renovável cresça a um ritmo superior (8,8%) que o PIB nacional (1%), principalmente devido ao crescimento do solar", lê-se no documento apresentado esta terça-feira. Além disso, também prevê a criação de 119 mil postos de trabalho (entre 2015 e 2030).
PUB
Outro dos pontos elencados no estudo prende-se com o contributo das renováveis para a diminuição na importação de combustíveis fósseis. Nos últimos cinco anos permitiu poupar 5 mil milhões e até 2030 permitirá poupanças acumuladas de 32 mil milhões de euros, segundo os números da Deloitte.
Números que não surpreendem João Galamba: "Este estudo demonstra que a descarbonização, a transição energética e as renováveis são uma oportunidade para Portugal", referiu. Aliás, para o secretário de Estado da Energia "era uma irresponsabilidade económica para o país não se empenhar, sem loucuras, neste projeto", acrescentou referindo-se à estratégia do PNEC. "Esta é a maior reforma estrutural que Portugal pode ter nos próximos anos", reforçou.
PUB
João Galamba desvalorizou ainda as críticas que têm sido feitas sobre o reforço das renováveis levarem a uma queda das receitas fiscais, através da redução do montante de impostos como o ISP. "Acho que é uma discussão absurda", até porque com os novos investimentos no setor Portugal "pode ficar mais rico". "Vamos reduzir a nossa dependência energética e vamos ter, de facto, eletricidade mais barata. O estudo vem confirmar aquilo que sabíamos: é uma irresponsabilidade não seguir este caminho", concluiu.
Saber mais sobre...
Saber mais Portugal Deloitte Associação de Energias Renováveis APREN Pedro Amaral Jorge João Galamba PIB energia poupança renovável solarMais lidas
O Negócios recomenda