Repsol arranca com produção de biocombustíveis na fábrica de Cartagena
A Repsol deu início à produção em grande escala de combustíveis renováveis na nova fábrica em Cartagena, na região espanhola de Múrcia, anunciada em 2020 e cujo investimento total ronda os 250 milhões de euros.
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Nesta que é a primeira unidade fabril ibérica dedicada exclusivamente à produção de combustíveis 100% renováveis, irão ser disponibilizados, anualmente, 250 mil toneladas de matéria, afirma a petrolífera espanhola, num comunicado a que o Negócios teve acesso.
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Todos os anos, cerca de 300 mil toneladas de resíduos orgânicos (como óleos alimentares usados) serão processados na fábrica de Cartagena, dando prioridade aos de origem nacional e europeia, explicou a empresa, acrescentando que estes biocombustíveis "de nova geração" podem ser utilizados em "automóveis, camiões, autocarros, navios ou aviões, utilizando as infraestruturas de reabastecimento existentes."
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Das instalações espanholas sairão combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF) e gasóleo renovável, "que evitarão a emissão de 900 mil toneladas de CO2 por ano, uma vez que representam uma redução de 90% nas emissões líquidas de dióxido de carbono, em comparação com o combustível mineral que substituem, pela menor intensidade de carbono do combustível renovável", explicam.
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A empresa, que quer atingir a neutralidade carbónica até 2050, adiantou ainda que adquiriu 40% de três instalações industriais dedicadas à produção de óleos e biocombustíveis em Bilbau, Barcelona e Cartagena, num acordo firmando com a Bunge, com o objetivo de "assegurar a crescente procura de matérias-primas menos intensivas em carbono" para este tipo de produção sustentável.
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Em matéria de parceiras, a energética afiançou que tem vindo a trabalhar com gigantes da aviação para promover o uso do combustível em voos comerciais, como a Iberia, Ryanair, Vueling e Air Europa.
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Citado no comunicado, o diretor geral de Transformação Industrial e Economia Circular da Repsol, Juan Abascal, considera que, com a nova fábrica de Cartagena, a empresa dá "mais um passo na transformação para a descarbonização, com um projeto tecnológico de vanguarda", garantindo que a empresa está focada em descarbonizar a produção em todas as seis unidades que detém.
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Três unidades de produção verde até 2030
À nova fábrica de Cartagena, cuja produção de renováveis representa 5% da totalidade e 17% da produção de parafina da Repsol, juntar-se-á em 2025 uma segunda fábrica em Puertollano, afirmou a empresa no comunicado.
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Após um investimento de 120 milhões de euros, uma das unidades deste complexo industrial será convertida para produzir 240 mil toneladas de combustíveis "verdes". A Repsol que replicar este modelo num terceiro centro industrial em Espanha até 2030.
A petrolífera, que emprega 28 mil pessoas apenas nas refinarias, ambiciona liderar o mercado deste tipo de combustíveis na Península Ibérica e, para tal, pretende alcançar uma capacidade total de produção de combustíveis renováveis, incluindo hidrogénio renovável e biometano, entre "1,5 e 1,7 milhões de toneladas até 2027 e até 2,7 milhões de toneladas até 2030", reiteram.
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Segundo afirmam, o que permitiu à empresa possuir um dos sistemas de "refinação mais eficientes da Europa" é o investimento anual de 1.000 milhões de euros que fez, em média, durante os últimos dez anos, tempo em que a União Europeia "perdeu 24 refinarias, cerca de 10% da sua capacidade de produção de combustíveis utilizados principalmente no transporte rodoviário".
No seu Plano Estratégico 2024-2027, a Repsol pretende investir até 6.800 milhões de euros nos negócios industriais da empresa, 44% dos quais dedicados a projetos de baixo carbono.
Peça revista por Marta Velho
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