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Governo adia leilões solares até haver “acalmia nos mercados”

Devido ao cenário de pandemia, o Governo decidiu adiar a realização dos novos leilões solares por tempo indeterminado. A segunda ronda estava prevista arrancar até ao final deste mês.

João Galamba
João Galamba Miguel Baltazar/Negócios
27 de Março de 2020 às 16:59

A segunda ronda para a atribuição de licenças para produção de energia solar vai ser adiada. A confirmação foi dada esta sexta-feira por João Galamba, secretário de Estados da Energia. Este novo leilão ia ter a novidade de incluir a opção de armazenamento de energia.

O arranque dos novos leilões estava previsto para este mês. Porém, devido ao atual cenário de pandemia, serão adiados por tempo indeterminado. "O momento que vivemos hoje não podia deixar de ter impacto nos leilões", começou por explicar o responsável durante a sessão pública de apresentação da segunda ronda dirigida aos promotores. Mas "é nossa intenção lançar assim que possível o leilão", assegurou.

O novo concurso "terá de esperar por uma acalmia nos mercados". "Lançaremos a fase de licitação assim que o mercado o permita, até ter uma melhoria da situação que atualmente vivemos. Mas queremos apresentar já as nossas propostas para quem queira participar tenha tempo para planear os projetos" e, desta forma, "garantir que o leilão português tem concorrência", apontou dutrante a sessão de esclarecimento que ao contrário do que aconteceu no ano passado, desta vez realizou-se online também devido aos constrangimentos da covid-19.

Em janeiro deste ano o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, tinha anunciado no Parlamento que em 2020 iam lançar duas novas rondas de leilões solares, com a primeira desta nova vaga a arranjar até ao final do mês de março. O que não irá acontecer.

Durante a apresentação das linhas gerais em que irá decorrer o próximo leilão, João Galamba relembrou ainda que a primeira ronda realizada em Portugal no ano passado foi "um sucesso" e contou com vários interessados.

O concurso lançado em junho de 2019 teve mais de 64 interessados e bateu recordes ao alcançar o preço mais baixo de sempre num dos lotes: 14,70 euros por megawatt/hora (MWh). À data, o preço no mercado grossista [Mibel] situava-se em 52 euros MWh.

A Iberdrola foi a grande vencedora ao arrecadar sete dos 24 lotes que foram a concurso. A espanhola ganhou 150 MW, distribuídos pelas regiões do Algarve e Vale do Tejo. Já a francesa Akuo venceu menos lotes, mas acabou por conquistar a maior fatia da capacidade total: 370 MW.

Além de a segunda ronda permitir licitar capacidade de armazenamento, a outra novidade prende-se com o facto de a capacidade disponível (700 MW) ser concentrada no Alentejo e no Algarve. No anterior, os lotes estavam dispersos por praticamente todo o país.

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