A corrida aos apoios para trocar equipamentos a gás por elétricos deitou abaixo os servidores do site do Fundo Ambiental, onde se submetem as candidaturas. Com os constrangimentos técnicos superados, os pedidos estão a acelerar. Já foram solicitados mais de 13 mil "vouchers", um pouco mais de metade dos que serão disponibilizados.

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério do Ambiente e Energia ao Negócios, cerca de 24 horas depois da abertura das candidaturas encontravam-se em avaliação 10.675 pedidos por parte das famílias. Além destes, estavam submetidas outras 3.060 candidaturas aos "vouchers" para trocar placas e fornos a gás, mas também esquentadores, por placas e fornos elétricos, bem como termoacumuladores.

"Em teoria, se considerarmos que cada família usa a verba máxima disponível, poderemos apoiar até 12 mil famílias vulneráveis e mais de 9 mil da classe média", afirmou a ministra do Ambiente e Energia ao Negócios. Ou seja, um total de cerca de 21 mil famílias. Com os pedidos registados, cerca de metade dos apoios, se forem todos aceites, estão já alocados.

"Claro que estes números dependem das escolhas de cada um, se preferem placa elétrica convencional ou vitrocerâmica…", salientou Maria da Graça Carvalho, notando que o número final de famílias beneficiadas pode ser diferente, um pouco maior ou menor.

Outro fator a ter em conta é a distribuição dos pedidos por tipo de família, se carenciada ou da classe média. Há mais apoios para as famílias carenciadas, que são as que vivem em casas intervencionadas no âmbito dos Bairros + Sustentáveis ou as que têm a Tarifa Social de Energia, do que para as restantes.

O Negócios sabe que a maioria das candidaturas registadas no site do Fundo Ambiental foram apresentadas pelas famílias de classe média, mas os apoios para estes ainda não esgotaram. Quando for atingida a verba alocada para esta famílias, a plataforma deixa de aceitar candidaturas.

O E-Lar tem 30 milhões de euros do PRR. Os beneficiários do Programa Bairros + Sustentáveis terão 5,6 milhões à sua disposição, para os beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica estão destinados 14,4 milhões, e para todos os que, não estando abrangidos nos grupos anteriores, possuam um contrato de fornecimento de eletricidade, estão alocados 10 milhões de euros. Há ainda mais 10 milhões do Fundo Ambiental.

Os 40 milhões de euros destinados ao E-Lar deverão esgotar rapidamente, sendo que a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, admite que poderá haver uma realocação de fundos destinados aos Bairros + Sustentáveis para o E-Lar. "Se houver dificuldade na execução destes 60 milhões, podem transitar para os eletrodomésticos", referiu no programa do Negócios no NOW.

Além das verbas diferenciadas para famílias carenciadas e a classe média, há também valores de apoio diferentes. "O grupo de pessoas mais vulneráveis recebe um apoio superior que pode ir até aos 1.683 euros. Nos restantes casos, o apoio é no máximo de 1.100 euros", de acordo com o Ministério do Ambiente e Energia. Contudo, nestes últimos o valor é sem IVA, ficando esse imposto a cargo dos consumidores.