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Despacho sobre Endesa é versão moderna de "quem se mete com o PS leva", diz IL

Para João Cotrim Figueiredo, o despacho do primeiro-ministro sobre o mecanismo ibérico de fixação de preços de gás natural "revela que PS significa de facto Propaganda Socialista".

Iniciativa Liberal João Cotrim Figueiredo
Iniciativa Liberal João Cotrim Figueiredo Lusa
02 de Agosto de 2022 às 14:19

A Iniciativa Liberal acusou esta terça-feira o PS de prepotência e retaliação ao determinar que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação, considerando ser a versão moderna de "quem se mete com o PS leva".

"PS significa também prepotência socialista porque perante declarações de um presidente de uma empresa privada que o PS não gosta, o que é que ele faz? Retalia", criticou o presidente e deputado da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, num vídeo enviado às redações.

Num despacho assinado na segunda-feira e enviado hoje às redações, o primeiro-ministro, António Costa, determinou que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação prévia pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, depois de o presidente da empresa ter admitido aumentos de 40% na eletricidade.

Para o líder da IL esta "retaliação" é feita de duas formas, por um lado ao obrigar à "validação de centenas de faturas todos os meses" e, por outro, "ameaçando com a mudança de fornecedores presumindo que vai haver práticas comerciais desadequadas".

"Isto não é admissível, isto é a versão moderna de quem se mete com o PS leva. Prepotência e propaganda são as duas armas que restam a um Governo que é incompetente", condenou.

Para João Cotrim Figueiredo, o despacho do primeiro-ministro sobre o mecanismo ibérico de fixação de preços de gás natural "revela que PS significa de facto Propaganda Socialista".

"É de propaganda que se trata quando o Governo quer esconder que este mecanismo permite preços mais baixos da eletricidade em relação aos preços europeus no momento, mas vai originar preços mais altos do que a Europa no futuro e os mesmos beneficiários desses preços mais baixos hoje serão aqueles que pagarão os preços mais altos", acusou.

No despacho, o primeiro-ministro sublinha o dever de o Estado proteger o interesse dos contribuintes na gestão dos dinheiros públicos perante as "ameaças de práticas especulativas nos preços a praticar pela Endesa".

O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, disse no domingo, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, que a eletricidade iria sofrer um aumento de cerca de 40% já nas faturas de julho, e que esse aumento era justificado pelo mecanismo ibérico para controlar o preço do gás na produção elétrica.

Na sequência das declarações, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática divulgou um comunicado, no qual rejeitava declarações de Nuno Ribeiro da Silva, classificando-as como "alarmistas".

Depois da polémica, a Endesa acabou por emitir na segunda-feira um comunicado comprometendo-se a manter os preços contratuais até dezembro e a cumprir os compromissos estabelecidos no mecanismo ibérico.

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