O antigo líder de fusões e aquisições da Shell, Greg Gut, saiu da gigante petrolífera depois de uma proposta sua de aquisição da BP ter sido bloqueada por outros executivos. Além da saída de elevado perfil, a notícia parece confirmar os rumores de meados deste ano, que davam conta de movimentações para um potencial negócio entre as empresas britânicas.

A informação é avançada pela edição desta terça-feira do Financial Times, que cita fontes próximas ao processo.

Segundo o jornal financeiro britânico, Greg Gut e a equipa de fusões e aquisições (M&A) apoiavam o negócio de compra da British Petroleum, que também tinha o apoio do presidente do conselho de administração, Andrew Mackenzie (que foi CEO da BP entre 2013 e 2019). Com a aquisição, os responsáveis pretendiam aproveitar a oportunidade de mercado – com as ações da BP a estarem em queda na altura – e dar mais escala à Shell.

Mas o presidente executivo (CEO) da Shell, Wael Sawan, e o diretor financeiro, Sinead Gorman, não eram favoráveis ao negócio, com a argumentação de que o mesmo traria desafios acrescidos e colocaria em causa a execução da atual estratégia da empresa. O CEO da Shell advogava antes pela utilização de capital para recomprar ações da empresa, decisão que terá sido tomada em maio deste ano.

Um mês depois, em junho, quando foram publicadas notícias sobre o potencial interesse na BP, a Shell negou qualquer rumor relacionado com o negócio – o que segundo as regras do Reino Unido, proíbe a empresa de fazer uma proposta de aquisição por seis meses, prazo que termina a 26 de dezembro.

Apesar de só agora ser noticiada a saída, Greg Gut terá batido com a porta antes das notícias veiculadas em junho – mas com o executivo a ainda ter no seu perfil de LinkedIn que faz parte da petrolífera.