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Governo aposta em produzir hidrogénio junto da indústria para cortar custos

Ministra do Ambiente e Energia confirma abandono das redes dedicadas e defende atração de empresas consumidoras para zonas de produção, como Sines, para evitar encargos de transporte.

Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia
Maria da Graça Carvalho, Ministra do Ambiente e Energia Tiago Petinga/Lusa
Negócios 18:20

A ministra do Ambiente e Energia confirmou que o Governo vai abandonar a ideia de criar redes dedicadas ao transporte de hidrogénio, privilegiando a produção e o consumo junto dos polos industriais. “Vai ser abandonada a parte de ter redes dedicadas”, afirmou Maria da Graça Carvalho, sublinhando que “é mais simples a injeção nas redes que existem” e que “a importância do hidrogénio é utilizá-lo mais perto de onde ele é produzido”.

De acordo com a governante, a estratégia passa por atrair empresas com processos industriais que dependem de hidrogénio para as zonas onde o gás é produzido. “Se possível, atrair as empresas que consomem hidrogénio para perto de onde ele está a ser produzido, para evitar os custos do transporte”, disse, exemplificando com a região de Sines, onde já estão em curso vários projetos de produção de hidrogénio verde.

A ministra reconheceu que o hidrogénio continua a ser uma tecnologia complexa e dispendiosa. “É uma molécula complexa, importante para descarbonizar alguns setores, mas continua a ser cara, tecnologicamente difícil de produzir e ainda mais difícil de transportar”, afirmou.

Falando aos deputados, na audição conjunta das comissões de orçamento, finanças e administração pública, ambiente e energia, agricultura e pescas, a responsável acrescentou que Portugal tem potencial para se posicionar como fornecedor competitivo de energia limpa, atraindo indústrias europeias que enfrentam escassez de hidrogénio verde.

“Há indústrias no centro da Europa, nomeadamente na Alemanha, que precisam de muito hidrogénio e não o têm em quantidade suficiente. Se Portugal conseguir atrair essas indústrias, aí faz sentido esta produção (meta de produção nacional) dos 10%, mas vai depender do mercado e do avanço tecnológico", referiu.

Na mesma audição parlamentar, a ministra explicou ainda que o Governo negociou com a Comissão Europeia um novo enquadramento para os projetos de biometano e baterias apoiados pelo PRR. “Conseguimos negociar que esses projetos vão ter um tratamento através de um instrumento financeiro (...), o que possibilita que sejam considerados executados quando é assinado o contrato e dá mais algum tempo para a execução”, afirmou.

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