Renováveis geram em novembro 74% da eletricidade produzida em Portugal
APREN diz que a produção elétrica nacional cresceu 8,1% face ao período homólogo de 2024, graças ao aumento da energia hídrica e solar. Setor renovável já permitiu poupança acumulada de quase 7 mil milhões de euros desde janeiro.
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As energias renováveis asseguraram 74,3% da eletricidade produzida em Portugal Continental em novembro, reforçando a posição do país entre os líderes europeus da transição energética. Segundo o Boletim Eletricidade Renovável de novembro de 2025, divulgado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), a produção renovável atingiu 3.081 GWh, num total de 4.147 GWh gerados no mês, um aumento de 8,3% face a outubro.
A produção elétrica nacional registou também um crescimento homólogo de 8,1%, impulsionado sobretudo pelo contributo da energia hídrica e solar. Em novembro, a eólica liderou o mix renovável, com 34% da produção, seguida da hídrica (26,1%), solar (8,4%) e bioenergia (5,7%).
No acumulado entre janeiro e novembro, Portugal consolida-se como o quarto país europeu com maior incorporação de renováveis na produção de eletricidade, com uma taxa de 75,1%, atrás da Noruega, Dinamarca e Áustria. Durante este período, o preço médio horário no Mercado Ibérico de Eletricidade (MIBEL) em Portugal fixou-se nos 65 euros por MWh, tendo-se registado 1.339 horas em que a produção renovável foi suficiente para cobrir integralmente o consumo elétrico nacional.
O impacto económico do reforço das renováveis é significativo. Desde o início do ano, o contributo destas fontes permitiu uma poupança acumulada de 6.950 milhões de euros na formação do preço de mercado. Só em novembro, evitaram-se custos estimados em 61 milhões de euros em gás natural importado, 68 milhões de euros em eletricidade importada e 61 milhões de euros em licenças de emissão de CO2.
Para o CEO da APREN, Pedro Amaral Jorge, os dados de novembro confirmam “a consistência da trajetória de Portugal rumo à independência energética”, sublinhando que as renováveis continuam a funcionar como um amortecedor face à volatilidade dos preços e à dependência externa.
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