Tem carro elétrico? Vai poder pagar carregamento no posto
Governo aprovou o diploma da mobilidade elétrica que traz um conjunto de alterações ao modelo de funcionamento atual. As mudanças visam tornar simples e transparente o carregamento das baterias destes veículos.
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Vêm aí mudanças para todos aqueles que já conduzem automóveis elétricos, mas também híbridos “plug-in”. O Governo aprovou em Conselho de Ministros o novo regime da mobilidade elétrica que tem como grande objetivo tornar o carregamento das baterias mais simples. Os condutores passam a ter informação sobre o preço nos postos, podem pagar nestes, deixando de ser obrigatório um contrato com um qualquer comercializador de eletricidade.
Foi aprovado “o novo regime da mobilidade elétrica”, revelou o ministro da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, no briefing após o Conselho de Ministros. A aprovação deste regime, que é em tudo semelhante “ao que esteve em consulta pública”, está “totalmente alinhado com os princípios e objetivos da reforma do Estado”, atirou o responsável da pasta.
Uma das alterações mais relevantes deste novo regime está no facto de “as pessoas, para carregarem o seu veiculo, não terem de ter previamente um contrato” com um fornecedor de eletricidade, como acontece atualmente. “Podem carregar diretamente nos postos de abastecimento”, acrescentou.
Passará, assim, a ser possível ir a um qualquer posto, carregar a bateria do carro e pagar diretamente no posto. O que está previsto é que os operadores dos postos acima de 50 kWh são obrigados a aceitar meios de pagamento eletrónicos no local. E têm de manter visível a informação dos preços em euros por quilowatt-hora.
Uma das alterações prende-se também com as unidades de contagem, que vão ser uniformizadas. Os condutores destes veículos vão passar a saber os custos em euros por quilowatt-hora, sendo esta medida uma forma de garantir que estes possam comparar os preços entre postos e empresas comercializadoras.
Com este novo regime o objetivo é o de que “para um condutor de veículo elétrico, seja tão fácil carregá-lo como é ir a uma bomba de gasolina”, como afirmou o Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em abril. Esta decisão “vai facilitar o acesso e a velocidade de propagação de veículos elétricos”, acrescentou à data.
Mais postos no país
Este regime promete colocar também mais postos de carregamento na via pública, suprindo uma das ansiedades dos utilizadores de veículos elétricos, sendo ao mesmo tempo um dos fatores inibidores da transição energética no transporte rodoviário. Está a par da autonomia, sendo que nesse ponto a indústria tem dado passos largos, apresentando já valores que estão cada vez mais próximos das dos motores a combustão.
Gonçalo Matias salientou que o regime prevê também um “alargamento da rede” de postos de carregamento, sendo que para que tal possa ser uma realidade “deixa de ser necessária uma licença para estes postos e basta uma comunicação prévia”.
Recorde-se que com a entrada em vigor deste novo regime é extinto o papel da entidade gestora da rede, ou seja, a Mobi.e. E deixa de existir uma rede única para a mobilidade elétrica em Portugal, com os novos postos a não terem a obrigação de estarem ligados à rede pública.
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