Temas a ter em conta no dia que a Galp dedica ao mercado de capitais
As apostas da Galp no gás natural, lítio e hidrogénio estão entre as novidades a estar atento no Capital Markets Day, que se realiza esta quarta-feira, 2 de junho, e dá novas pistas aos investidores sobre o rumo que a petrolífera pretende seguir.
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Gás Natural em Moçambique é para avançar? Galp diz que sim O projeto de gás natural em Rovuma, Moçambique, no qual a Galp tem uma participação de 10% e que os analistas consideram “chave” para o futuro da petrolífera, ficou envolto em incerteza depois de a Exxon, que lidera o consórcio, ter adiado pelo terceiro ano consecutivo a decisão final de investimento. Em declarações ao Negócios, a Galp diz que “não tem dúvidas de que será desenvolvido” este projeto de 30 mil milhões de dólares. Hidrogénio Evapora em Sines A Galp era uma das empresas que anunciaram um consórcio para a produção de hidrogénio em Sines. A petrolífera associou-se à EDP, REN, Martifer, Vestas e Engie num projeto de 1,5 mil milhões de euros mas, de acordo com o Dinheiro Vivo, tanto a Galp como a EDP anunciaram a decisão de abandonar este projeto na passada quinta-feira, 27 de maio. O projeto H2 Sines mantém-se contudo de pé, segundo a mesma publicação. Aguarda-se agora a posição da Galp em relação a este gás renovável – se ficará fora da lista de prioridades ou se estão na mira outros projetos. No Lítio há Avanços e Recuos A Galp assume que está a olhar para a cadeia de produção de baterias elétricas. Tal como foi avançado pelo Negócios, a Petrogal, do grupo Galp, está inclusivamente representada na direção da Batpower – Associação Portuguesa para o Cluster das Baterias. José Veiga de Macedo, responsável pela área das baterias na empresa e vogal na direção da associação, afirmou que mais detalhes sobre esta ambição serão revelados no Capital Markets Day. Na véspera desta ocasião, contudo, a Savannah, que se propõe – e aguarda aprovação – explorar o lítio da mina do Barroso, em Boticas, anunciou que a parceria anunciada com a Galp expirou. A petrolífera divulgou em janeiro que iria pagar 5,2 milhões de euros para ficar com a participação de 10% na subsidiária portuguesa da Savannah que controla a Mina do Barroso. E a Savannah comprometia-se a fornecer até 50% do concentrado de espodumena que pretende produzir em Boticas. Relação com os acionistas Lá fora, registou-se recentemente uma vitória inédita da parte de acionistas ativistas que se insurgiram em relação à estratégia de descarbonização de uma petrolífera - a norte-americana Exxon. Esta situação passou-se no mesmo dia em que um tribunal holandês deu razão a ativistas ambientais e considerou a Shell em parte responsável pelas alterações climáticas, impondo metas de redução a esta petrolífera. Apesar de, na Galp, tudo parecer calmo – de acordo com associações de minoritários, analistas e a própria empresa –, as preocupações dos investidores institucionais estão na ordem do dia. Isto, num ano em que Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp desde 2015, foi substituído por Andy Brown no cargo a meio do mandato, que terminava em 2023.
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