Exponor à venda: Estrangeiros na corrida à compra do maior recinto de eventos de Portugal
“A Cushman & Wakefield (C&W) anuncia que está, a partir de hoje, a comercializar o património da Nexponor, gerido pela sociedade gestora Insula Capital, do qual faz parte o parque de exposições da Exponor”, anunciava a consultora imobiliária, a 6 de outubro passado, fixando o dia 20 de novembro como prazo limite para a apresentação de propostas.
Inaugurada em 1987, a Exponor – Feira Internacional do Porto, que se apresenta como o maior recinto de feiras e eventos em Portugal, fez parte do plano de salvação da Associação Empresarial de Portugal (AEP), no âmbito de um Processo Especial de Revitalização PER) em 2013, quando acumulava um passivo a rondar os 100 milhões de euros.
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Afogado em dívidas, a AEP avançou com um profundo plano de reestruturação, que envolveu a entrega da Exponor a um fundo imobiliário, o Nexponor, numa operação de conversão dos créditos da banca em unidades de participação.
O fundo tinha um período de validade de 10 anos, já expirado, sendo que a AEP – que tem um contrato de arrendamento para explorar o parque até 2028 – queria voltar a ser dona do recinto, mas nunca chegou a acordo com a sociedade gestora do mesmo.
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Terminado esta quinta-feira o prazo para apresentação de propostas ao património da Nexponor, a C&W garantiu ao Negócios que “foram recebidas diversas propostas de investidores nacionais e internacionais, em linha com o que antecipávamos e, em vários casos, superando as expectativas definidas em conjunto com a Insula Capital”.
“Estamos confiantes de que este processo terá um desfecho muito positivo para a cidade de Matosinhos, cuja conclusão prevemos para a primeira metade do próximo ano”, adiantou fonte oficial da consultora imobiliária, sem identificar os investidores nem os valores das propostas.
Além do parque de exposições, que inclui os pavilhões de feiras, o centro de congressos, um edifício de serviços e parque de estacionamento, fazem parte do património da Nexponor dois lotes de terreno para promoção imobiliária, perfazendo uma área total de 180 mil metros quadrados, descreve a responsável pela comercialização dos ativos em regime de exclusividade.
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A C&W recorda que a Nexponor apresentou à Câmara de Matosinhos um projeto de grande escala para a requalificação e expansão da Exponor, cujo Pedido de Informação Prévia (PIP) obteve aprovação em abril de 2024, encontrando-se atualmente em vigor.
O plano prevê, para além da modernização do atual parque de exposições, a criação de um empreendimento de uso misto – integrando serviços, comércio, turismo e habitação – com uma área bruta de construção acima do solo de cerca de 177 mil metros quadrados.
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“A localização premium, junto ao Porto de Leixões e ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, assim como o facto de ter uma capacidade construtiva considerável às portas da cidade, fazem desta uma oportunidade de investimento de elevada rendibilidade, ancorada na forte procura por espaços corporativos, turísticos e residenciais na Área Metropolitana do Porto”, realçava Manuel Magalhães, ‘head of development’ na C&W, no comunicado enviado às redação em outubro.
“Este ativo representa uma oportunidade excecional para um investidor entrar ou reforçar a sua posição no mercado português, através de um projeto com enorme visibilidade e relevância. Pela sua dimensão e caráter transformador, permitirá criar uma nova centralidade junto à cidade do Porto, com impacto positivo não apenas ao nível económico, mas também social e ambiental”, acrescentava Florence Ricou, CEO da Insula Capital, que garante deter 1,6 mil milhões de euros em ativos sob gestão.
Localizada em Leça da Palmeira, Matosinhos, a Exponor acolheu ao longo da sua história mais de 900 feiras, 205 mil expositores e 13 milhões de visitantes.
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