Lucros da Corticeira Amorim à tona dos 36,5 milhões no primeiro semestre
A Corticeira Amorim fechou os primeiros seis meses deste ano com um resultados líquido de 36,8 milhões de euros, mais 294 mil euros do que em igual período do ano passado, tendo o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado recuado 8% para 86,9 milhões.
“Apesar do contributo positivo da redução dos custos de estrutura e de maiores eficiências industriais, a rentabilidade foi penalizada pelo aumento dos preços de consumo e pela qualidade da matéria-prima cortiça, bem como por um mix de produto menos favorável”, explica a Corticeira Amorim, esta terça-feira, 29 de julho, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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Já a margem EBITDA recuou 0,5% para 18,4%, sendo que “a incorporação na produção da cortiça adquirida na campanha de 2024 deverá suportar as margens”, sinaliza a Corticeira Amorim, adiantando que esse efeito foi “já evidente no segundo trimestre de 2025 (margem EBITDA de 19,5% face a 19,1% no segundo trimestre de 2024”.
Com as vendas no semestre a caírem para 473,1 milhões de euros, uma queda homóloga de 5,5% - teriam caído 2,2% excluindo o impacto da venda da participação na Timberman Denmark -, o negócio das rolhas, que é o grande “motor” da atividade do grupo, teve até um ligeiro crescimento neste período – mais 1,9 milhões de euros, para 395,2 milhões, “refletindo o contexto de mercado desfavorável e de elevada incerteza decorrente das tarifas dos Estados Unidos”.
Em termos globais, a redução da atividade, especialmente no segmento de pavimentos, “penalizou as vendas da unidade de negócio Amorim Cork Solutions [que resultou da agregação das unidades de Flooring, Composites e Insulation], que totalizaram 81,7 milhões de euros”, detalha a Corticeira Amorim, realçando que, excluindo o impacto da alteração do perímetro de consolidação, decorrente da venda da participação na Timberman Denmark, o decréscimo das vendas teria sido de 11,9%.
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“A atividade da Corticeira Amorim em 2025 continuou a ser condicionada por um contexto de mercado desafiante, marcado por elevada incerteza, decorrente de tensões geopolíticas e de profundas alterações ao nível do comércio internacional”, começa por assinalar António Rios de Amorim, na mensagem de abertura do comunicado.
Adicionalmente, afirma o presidente da Corticeira Amorim, “as alterações dos padrões de consumo de álcool têm exigido uma capacidade de adaptação e inovação, determinante para a evolução futura do setor vitivinícola”.
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Apesar do impacto deste contexto da atividade da Corticeira Amorim, “sobretudo decorrente de uma política de compras mais cautelosa” por parte dos seus clientes, Rios de Amorim realça que a líder mundial do setor continua “a robustecer” a oferta, “evidenciando as mais-valias técnicas e de sustentabilidade” dos seus produtos.
“Os nossos esforços estiveram também focados na redução do nível de endividamento e proteção da rentabilidade, através de iniciativas de melhoria da estrutura de custos e ganhos de eficiência operacional”, enfatiza, dizendo acreditar que “os benefícios emergentes da criação da Amorim Cork Solutions e a normalização dos preços de consumo de cortiça, reflexo de uma campanha mais favorável em 2024, serão contributos decisivos no ano, evidenciando a resiliência” do seu modelo de negócio”.
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Ora, no final de junho passado, a dívida remunerada líquida ascendia a 153,1 milhões de euros.
“A apesar do pagamento de dividendos (42,6 milhões de euros) e do investimento em ativo fixo (14,1 milhões), a evolução favorável das necessidades de fundo de maneio (decréscimo de 26,3 milhões) suportou a redução da dívida líquida em 42,6 milhões de euros face ao final de dezembro de 2024 (195,7 milhões)”, reporta a Corticeira Amorim.
Em termos homólogos, a redução da dívida remunerada líquida foi de 84,4 milhões de euros face ao final de junho do ano passado.
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(Notícia atualizada às 16:48)
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