Philip Morris: "IQOS superou Marlboro com vendas de mais de 10.000 milhões"
Dez anos depois do lançamento, as alternativas aos cigarros convencionais representam já 38% da faturação da Philip Morris Internacional (PMI) que, pela primeira vez, encaixou mais receita com o IQOS, dispositivo de tabaco aquecido da PMI, do que com a sua marca mais importante, a Marlboro, cujas vendas superaram a fasquia dos 10.000 milhões de dólares a nível mundial (9.120 milhões de euros ao câmbio atual) no ano passado.
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"Os números que alcançámos são espetaculares. Estamos a perceber estão a evoluir mais rapidamente do que pensávamos, embora ainda haja um longo caminho a percorrer" , afirmou o CEO da PMI, Jacek Olczak, durante uma apresentação dirigida à imprensa em Neuchâtel, na Suíça.
Os produtos alternativos da PMI, dona da Tabaqueira, a maior operadora da indústria do tabaco em Portugal, chegam a mais de 90 mercados, representando um investimento acumulado na ordem dos 14.000 milhões de dólares (12.800 milhões de euros) e envolvem 1.500 pessoas distribuídas por equipas de inovação, entre cientistas, técnicos ou engenheiros, indicou o mesmo responsável, citado pelo El Economista.
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A PMI lançou pela primeira vez o IQOS em Milão (Itália) e em Nagoya (Japão), o qual diz hoje ser utilizado por 30,8 milhões de pessoas. "Há países como o Japão onde as alternativas superaram já os cigarros", afirmou Jacek Olczak, segundo o mesmo jornal, sinalizando, no entanto, que se estima que haja 1.100 milhões de fumadores em todo o mundo, o que significa que as medidas que estão a ser adotadas, a seu ver, não estão a funcionar.
O "número 1" da PMI insistiu que o grupo tem vindo a investir na inovação para acelerar a transformação de modo a fazer com que, em 2030, dois terços das receitas procedam das alternativas aos produtos sem fumo.
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"Temos uma visão a longo prazo", frisou, embora admitindo que continua a haver ceticismo em muitos países e Governos a apostar em regras mais restritivas: "Há ativistas que dizem que este produto é tão nocivo como o cigarro e demonstramos que não é verdade. As pessoas têm de tomar decisões fundamentadas e não há nenhum estudo científico que diga que estes produtos são iguais a esse nível".
A subsidiária em Portugal da PMI tem ficado arredada de investimentos de monta a este nível por parte da PMI que só nos últimos dois anos anunciou mil milhões para a reconversão de fábricas na Europa (na Polónia, Sérvia ou Roménia) para passarem a produzir produtos de tabaco aquecido, em linha com a estratégia de "pôr os cigarros num museu".
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Em declarações ao Negócios, em meados de maio, o diretor-geral da Tabaqueira, Marcelo Nico, afirmou que "aoperação portuguesa não tem deixado de receber investimento da sua casa-mãe", embora sem esconder "a expectativa de acompanhar a PMI no seu processo de transformação" e de estar certo de que "a Tabaqueira poderá ter um papel relevante na produção de novos produtos sem combustão".
No entanto, deixou claro que a potencial conversão industrial da Tabaqueira para a produção de alternativas aos cigarros convencionais "não depende só da empresa". "Depende também do ambiente e do quadro regulamentar no qual operamos: a velocidade desta transformação e as decisões relacionadas com a evolução da nossa capacidade de produção, incluindo aqui em Portugal, depende de como a sociedade, os governos e os reguladores estão preparados para dialogarem com todas as partes interessadas, de forma transparente e cooperante, com base em factos e evidência científica, tendo como objetivo acelerar o fim da comercialização dos cigarros", afirmou.
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