Sete dos dez maiores clientes encolhem compras têxteis a Portugal

Apesar da recuperação em outubro, as exportações da indústria têxtil e do vestuário em 2019 continuam em terreno negativo, ameaçando interromper um ciclo de nove anos de crescimento das vendas no estrangeiro.
Mário Jorge Machado, Adalberto estampados
Amândia Queirós
António Larguesa 10 de Dezembro de 2019 às 16:02

Espanha (-4,5%), Alemanha (-4%), Reino Unido (-1,5%), Itália (-0,3%), Suécia (-2,5%), Bélgica (-4,6%) e Dinamarca (-1,6%). Este é o cenário de quebra homóloga das vendas em sete dos dez principais mercados para a indústria portuguesa do têxtil e do vestuário (ITV) nos primeiros dez meses do ano.

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Mesmo com a evolução mensal de 1,6%, até outubro, as exportações globais do setor totalizaram 4.448 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 0,7% face ao mesmo período do ano passado. E as perdas são extensíveis às três categorias – têxteis, vestuário e têxteis-lar e outros artigos confecionados – classificadas nas estatísticas do comércio internacional divulgadas pelo INE esta terça-feira, 10 de dezembro. 

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No top 10 dos destinos preferenciais desta indústria tradicional, só França (2,7%), Estados Unidos (7,7%) e Países Baixos (4,9%) aumentaram as encomendas às empresas portuguesas neste período. De acordo com a informação partilhada por uma das associações do setor (ATP), estes são também os que trouxeram maiores acréscimos ao volume de negócios desta indústria, seguidos da Turquia e do Canadá.

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Com os países da União Europeia a comprarem menos – no caso dos espanhóis, historicamente os principais clientes, o encaixe já baixou 65 milhões de euros e a quota para 31% -, é cada vez mais curta a margem para impedir uma quebra no comércio internacional, que seria a primeira descida após nove anos de crescimento conduzirem ao recorde de 5.314 milhões de euros em 2018.

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Emprego e ordenado mínimo

 

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Na semana passada, no âmbito do plano estratégico para 2025 em que aponta à liderança mundial em "produtos de nicho e de alta gama", a ATP - Associação Têxtil e Vestuário de Portugal desenhou um cenário em que prevê o aumento das exportações para seis mil milhões de euros e admite também a perda de 2 mil empresas e 28 mil empregos nos próximos cinco anos.

Nas contas feitas por Isabel Tavares, coordenadora da federação dos sindicatos deste setor (Fesete), 70% dos trabalhadores da indústria têxtil e do vestuário podem começar a levar para casa o equivalente ao salário mínimo nacional já a partir de janeiro de 2020, quando a remuneração mínima no país aumentar para 635 euros.

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