Centenária Del Monte à procura de comprador após entrar com pedido de insolvência nos EUA
Gigante das frutas e legumes enlatados avançou com um processo voluntário de recuperação judicial.

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A Del Monte, com 139 anos de história conhecida pelas frutas e legumes enlatados, apresentou um pedido de proteção contra a falência nos Estados Unidos, estando à procura de abrir o apetite de um comprador que maximize o valor da empresa, uma das maiores produtoras e distribuidoras de produtores alimentares no país.
Em comunicado, a Del Monte explica que decidiu avançar com o pedido de recuperação judicial, apresentado de forma voluntária, ao abrigo do Capítulo 11 da lei norte-americana sobre as falências - que permite a uma empresa com dificuldades financeiras continuar a funcionar enquanto tenta alcançar um acordo com os credores - por ser a "forma mais eficaz" de se reestruturar.
"Depois de fazermos uma avaliação minuciosa de todas as opções disponíveis, consideramos que um processo de venda supervisionado pelo tribunal é a forma mais eficaz de acelerar a nossa recuperação e criar uma Del Monte Foods mais forte e duradoura. Com uma estrutura de capital melhorada, uma posição financeira reforçada e um novo dono estaremos melhor posicionados para o sucesso a longo prazo", afirmou o CEO, Greg Longstreet, em comunicado.
Não obstante, para financiar as operações em curso, a empresa, com sede na Califórnia, garantiu um compromisso de 912,5 milhões de dólares (774 milhões de euros) em financiamento por parte de alguns credores, sujeito à aprovação do tribunal, que a par, com o próprio negócio, espera que lhe dê "liquidez suficiente durante o processo de venda e financie as operações correntes, como a de pico de enlatamento, que decorre agora".
"Embora tenha enfrentado desafios agravados por um ambiente macroeconómico dinâmico, a Del Monte Foods alimenta famílias há quase 140 anos e continua empenhada na missão de expandir o acesso a alimentos nutritivos e saborosos para todos", rematou o CEO.
Segundo o The New York Times, que cita os documentos judiciais, a Del Monte acumula uma dívida superior a mil milhões que cresceu, pelo menos em parte, devido à mudança de hábitos de consumo e a erros cometidos na pandemia que a levaram a comprometer-se com mais produção (face à elevada procura pelos enlatados com as pessoas em casa) que depois, finda a crise da covid, resultou em excesso de "stock", levando mesmo a empresa a "vender com prejuízos substanciais".
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