Fundo do Canadá estuda venda da Logoplaste. Negócio avaliado em mais de 1,7 mil milhões de euros
O Ontario Teachers' Pension Plan, fundo de pensões de professores no Canadá, está a avaliar a possibilidade de alienar os 60% que detém na Logoplaste. A família de Filipe de Botton e a de Alexandre Relvas permanecem com os restantes 40% do capital da empresa portuguesa de fabrico de embalagens plásticas.
O "board" do Ontario Teachers' Pension Plan (OTTP) está a explorar a possibilidade de vender a Logoplaste, num negócio avaliado em mais de 1,7 mil milhões de euros, avança a Bloomberg. O fundo de pensões de professores no Canadá, que figura como um dos maiores investidores privados do mundo, detém 60% do capital na fabricante portuguesa de embalagens, enquanto os restantes 40% pertencem à família de Filipe de Botton e à de Alexandre Relvas.
O OTTP contratou bancos para o assessorar numa potencial venda de toda a empresa, estando em curso deliberações para o efeito, sem que haja, porém, qualquer garantia de que avança. Contudo, a avançar, poderá estar concluída já no próximo ano, revela a agência de notícias financeira, citando fontes próximas que falaram sob a condição de anonimato.
Os acionistas minoritários Filipe de Botton - "chairman" e fundador da empresa de raiz familiar - e Alexandre Relvas, membro do "board", podem exercer a sua opção de reinvestir em conjunto com qualquer novo comprador para manter a sua participação combinada de cerca de 40%, de acordo com as mesmas fontes.
Como nota a Bloomberg, essa foi, aliás, a abordagem escolhida pela dupla de empresários quando o Carlyle comprou uma participação maioritária em 2016 em, depois, novamente, quando o OTTP investiu em 2021.
Os detalhes da compra da participação de 60% da Logoplaste pelo OTTP há quatro anos não foram revelados, mas na altura foi dada como a maior operação de sempre do OTPP em Portugal. Segundo avançava a Bloomberg então, quando o fundo Carlyle colocou esta participação à venda, a operação avaliaria a Logoplaste em 1,4 mil milhões de euros (incluindo dívida), pelo que o fundo de pensões canadiano terá concordado em desembolsar 840 milhões de euros pelo controlo da empresa de raiz familiar portuguesa.
Fundada em 1976, a Logoplaste, com sede em Cascais, conta com aproximadamente 70 fábricas em perto de duas dezenas de países, fornecendo embalagens de plástico rígido para "gigantes" como a Kraft Heinz, a Diageo ou a L'Oreal. A empresa não divulga os resultados financeiros mas, segundo a Bloomberg, fatura perto de mil milhões de euros.
A Logoplaste mudou a liderança em fevereiro, substituindo Gerardo Chiaia no cargo de CEO por Sandra Santos, que exerceu essa função na BA Glass durante uma década.
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