Lucro do Grupo José de Mello cai 14% para 81 milhões em 2024
Salvador de Mello fala de "resultados robustos". Lucro da Bondalti sofreu tombo de 21% para 41 milhões de euros.
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O Grupo José de Mello fechou o ano passado com um resultado líquido consolidado de 81 milhões de euros, um valor que traduz uma quebra de 14% face a 2023.
Na apresentação das contas de 2024, que teve lugar esta terça-feira, o CEO do grupo, Salvador de Mello, descreveu um "ano sólido" marcado por "resultados robustos e consistentes" que foram "reflexo do forte desempenho dos negócios".
O grupo, que consolida a participação de 16,7% na Brisa, de 100% na Bondalti, de 65,85% na CUF e de 100% na Winestone ("holding" criada em 2023 para a área do vinho) e na Lifthium (para a refinação de lítio) obteve proveitos de 1.487 milhões de euros em 2024, refletindo um aumento de 13%, mas viu o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) recuar 4% face a 2023 para 196 milhões de euros, em ambos os casos excluindo a Brisa.
Embora todos os segmentos tenham crescido receita nem todos subiram lucros. Se, por um lado, os lucros da CUF aumentaram 15% em 2024 para 43 milhões e os da Brisa subiram 22% para 310 milhões, por outro, os lucros da Bondalti caíram 21% de 51 milhões para 41 milhões de euros.
O CEO do Grupo Mello relativizou a descida, falando de um "excelente desempenho" num "contexto desafiante da indústria química europeia". "Foi um desempenho muito superior ao histórico da Bondalti e às suas congéneres", argumentou, apontando que "2022 e 2023 foram anos de picos, fruto de preços de mercado invulgares".
No que toca à Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Bondalti, em março de 2024, sobre a espanhola Ercros, também cobiçada pela italiana Esseco, Salvador de Mello afirmou ser expectativa de que haja uma "clarificação até ao final do ano" relativamente à operação, que se encontra em segunda fase de análise pela Autoridade da Concorrência de Espanha. A avançar, nos atuais termos, o investimento será na ordem dos 330 milhões de euros.
"Estamos muito empenhados, é um projeto industrial que faz sentido (...). Acreditamos no valor da operação e que temos uma proposta robusta, agora é deixar os reguladores e autoridades falarem e o mercado pronunciar-se", realçou.
O CEO da José de Mello destacou ainda "o forte nível de investimento para proteção e crescimento dos negócios atuais, em linha com as estratégias definidas em cada negócio", que atingiu 256 milhões de euros em 2024 (contra 251 milhões em 2023), boa parte dos quais (107 milhões) canalizados para a CUF, no quadro da estratégia do grupo que atualizou as projeções de investimento para o período 2022-2030 de 1.000 milhões de euros para "mais de 1.500 milhões de euros". Do "bolo" estavam executados, até ao final do ano passado, "mais de 650 milhões de euros".
No ano passado, o grupo criou 1.576 postos de trabalho, ou seja, mais 10%, elevando o universo total de trabalhadores para 18.028.
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