Ao minuto23.10.2025

Pinto Balsemão: Filho homenageia o "herói" da família

O ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso faleceu esta terça-feira. "Portugal perdeu uma das personalidades mais marcantes dos últimos sessenta anos", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Tiago Petinga/ Lusa
Negócios com Lusa 23 de Outubro de 2025 às 14:37
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23.10.2025

Filho de Pinto Balsemão homenageia o "herói" da família que "nunca será uma mera nota de rodapé na história"

Um dos momentos mais emotivos da cerimónia foi o discurso do filho Francisco Pedro Balsemão, que é também presidente executivo da Impresa. "Não tenho dúvidas que o nosso pai, avô, sogro e, no caso da minha mãe, marido, Francisco Pinto Balsemão, foi e é o nosso herói", começou por dizer.

Mas tal como os heróis a antiguidade, um homem imperfeito.  "Há que dizer que o nosso pai não era uma pessoa perfeita, foi um pai e marido por vezes ausente. Mas se aqui estamos hoje a sofrer tanto porque partiu (...) é porque ele fez por nós muito mais do que ficou por fazer. Foi transcendente. Através do seu amor, dos seus valores e do seu exemplo, construiu uma família que tudo fará para preservar o seu legado", disse.

Francisco Pedro Balsemão descreveu a exigência que o pai colocava sobre os filhos e que resultou na transmissão de valores "únicos e inquebrantáveis". "Para o nosso pai, por termos, tal como ele, nascido em berço de ouro, tínhamos de fazer mais que os outros. Somos uns privilegiados, dizia, e por isso temos obrigação de deixar um mundo melhor", recordou.

"Viveu uma vida íntegra e digna. Nunca será uma mera nota de rodapé na história", garantiu o filho.


23.10.2025

D. Manuel Clemente cita Pinto Balsemão na missa de despedida "de uma vida que não acaba"

Rodeado do primeiro-ministro, Presidente da República, atuais e ex-governantes, D. Manuel Clemente escolheu homenagear Francisco Pinto Balsemão ao citar o próprio na missa de corpo presente do patrão dos media.

O Cardeal-Patriarca Emérito de Lisboa elencou o papel de Pinto Balsemão para com o país e para com a liberdade de expressão, evidenciando a "presença de tantas pessoas que trazem consigo representações do Estado". 

“É significativo que a celebração seja precisamente aqui, sendo [Pinto Balsemão] uma pessoa que viveu uma vida que marcou o nosso destino comum”, destaca D. Manuel Clemente. "Não haverá local mais próprio e adequado de pessoas que marcaram o nosso destino comum e defenderam valores como a liberdade humana e a de expressão", refere.

A família de Francisco Pinto Balsemão - viúva e e os cinco filhos - sentaram-se na primeira fila, de frente para os governantes, com os netos sentados nas filas imediatamente atrás. 

O Cardeal Emérito opta por proferir palavras que Francisco Pinto Balsemão na sua autobiografia "Memórias", lembrando que "a vida não acaba, apenas se transforma".

"Não acompanhamos um final, como se de fim falássemos, lembramos um defunto nas funções que exerceu e agradecemos também e com palavras de vida", reafirma D. Manuel Clemente.

Aos seus 13 netos cabe o papel de proferir a oração dos fiéis durante a missa, onde foram agradecendo o legado deixado pelo avô, e rezaram pela família, pelos jornalistas, em especial pelos do grupo, por aqueles que lutam pela liberdade, por paz no mundo e por quem cuidou de Pinto Balsemão. O último neto, o segundo mais novo dos 14, citou o avô: "cabe-nos deixar o mundo melhor".

23.10.2025

Marcelo Rebelo de Sousa: "Portugal nunca esquecerá"

O Presidente da República usou da palavra durante as cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, nos Jerónimos. Elogiou o antigo primeiro-ministro, considerando-o um "visionário", "lutador a promover causas" que preferiu "a solidão da resistência ao ditame da submissão".

O dono da SIC e do Expresso foi sempre um "otimista escatológico", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. 

"Assim foi mais de seis décadas, num Portugal fechado tal como num Portugal que ajudou a abrir para a liberdade e para a democracia. Nunca foi uma ilha, sempre quis realizar-se pelos outros e com os outros. E isso foi muito, foi tudo, Portugal nunca esquecerá", rematou.

23.10.2025

Ferreira Leite diz que PSD perdeu "um pai" e considera que partido ainda é o do fundador

A antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite afirmou hoje que a morte de Pinto Balsemão representa para os sociais-democratas "a morte do pai", e defendeu que o partido "continua vivo e fiel aos princípios" do seu fundador.

À entrada para a missa que antecede o funeral de Francisco Pinto Balsemão, que morreu na terça-feira, aos 88 anos, a também antiga ministra das Finanças destacou o seu amor à liberdade, "muito especialmente na área da comunicação social".

"Na área mais política, considero-o como aquela pessoa que conseguiu trazer até hoje o partido que ele fundou (...) Representa o sentimento da morte de um pai, de alguém com quem nós viemos o início de um projeto ao qual aderimos. Eu devo dizer que quando me candidatei à liderança do partido, não me teria passado pela cabeça candidatar-me" sem o seu apoio", afirmou.

A líder do PSD entre 2008 e 2010 considerou que Balsemão foi "sempre muito acarinhado pelo partido" e destacou que "toda a gente queria ter o apoio, o empurrão do dr. Balsemão".

Questionado se o PSD de hoje ainda é o de Francisco Pinto Balsemão, respondeu afirmativamente.

"O PSD está à vista, é um partido vivo e que se mantém fiel aos seus princípios. Portanto, é o partido do dr. Balsemão", afirmou.

Pouco depois das 13:00, arrancou a missa na igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, a que assistem as mais altas figuras do Estado.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro, chegaram juntos, tal como tinha acontecido na véspera para o velório e sem falarem à comunicação social.

Também o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, marca presença na missa, tal como o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva.

O secretário-geral do PS, José Luis Carneiro, os líderes parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, e do PSD, Hugo Soares, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, a conselheira de Estado Leonor Beleza, o candidato presidencial Marques Mendes e muitos ministros do atual Governo PSD/CDS-PP são outras das presenças, a par do ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e dos autarcas de Lisboa e Oeiras, Carlos Moedas e Isaltino Morais.

As socialistas Ana Gomes e Edite Estrela, o antigo líder do CDS-PP Manuel Monteiro, o antigo ministro Mira Amaral, o ex-presidente da CIP António Saraiva assistem também à missa nos Jerónimos, a par de muitas figuras do jornalismo e muitos anónimos.

Já depois de a missa -- presidida pelo cardeal patriarca emérito Manuel Clemente - arrancar, entrou o líder do CDS-PP e ministro da Defesa, Nuno Melo.

O Governo decretou luto nacional para quarta-feira e hoje, dias em que decorrem as cerimónias fúnebres.

Depois da missa, o cortejo sairá com batedores da GNR até ao grupo Impresa, sendo o funeral reservado à família.

Balsemão foi fundador, em 1973, do semanário Expresso, ainda durante a ditadura, da SIC, primeira televisão privada em Portugal, em 1992, e do grupo de comunicação social Impresa.

Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata PSD. Chefiou dois governos depois da morte de Sá Carneiro, entre 1981 e 1983, e foi até à sua morte membro do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República.

22.10.2025

Eanes elogia ação como primeiro-ministro "numa altura de grande crispação"

O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes elogiou hoje o contributo de Francisco Pinto Balsemão para a democracia, destacando a sua ação como primeiro-ministro "numa altura de grande crispação", que acompanhou enquanto chefe de Estado.

Ramalho Eanes compareceu hoje à noite no velório de Francisco Pinto Balsemão, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, acompanhado pela mulher, Manuela Eanes, e falou aos jornalistas à saída da igreja.

O antigo Presidente da República elogiou o papel de Balsemão "na conquista da democracia" e "da liberdade e da independência da comunicação social" e na fundação do então PPD, atual PSD, "um partido extremamente importante na altura e ainda hoje".

"Como todos os homens, terá tido os seus defeitos e os seus erros, mas acho que a sua ação foi extremamente importante na luta pela democracia, e isso desde os tempos da Ala Liberal, na sua luta por uma democracia mais livre, mais autêntica, mais responsável", declarou.

Depois, Ramalho Eanes destacou a ação governativa de Balsemão, recordando o período em que coincidiram como Presidente da República e primeiro-ministro, entre 1981 e 1983.

Segundo Eanes, "foi particularmente importante" a ação de Balsemão como primeiro-ministro "numa altura de grande crispação, de grandes dificuldades" em Portugal, "e da qual ele se saiu com sucesso e desenvolveu com patriotismo".

O antigo chefe de Estado considerou ainda que Balsemão teve uma ação "notável na libertação e independência da comunicação social" e realçou a criação do Expresso e da SIC.

"Acho que se poderia dizer que a ação dele foi uma ação de excelência, e que também se poderá dizer, sem exagero, que ele tem direito a permanecer na memória dos portugueses", concluiu.

A seguir, Manuela Eanes quis "sublinhar que o doutor Balsemão teve sempre ao seu lado uma mulher que é um exemplo de dignidade, de espírito de solidariedade, de espírito de família", Mercedes Balsemão, "e que tem uma obra, que como sabem é a SIC Esperança, uma obra importante no aspeto social".

Francisco Pinto Balsemão, que assumiu a liderança do PSD e o cargo de primeiro-ministro a seguir à morte de Francisco Sá Carneiro, chefiou o VII e o VIII governos constitucionais, da AD, entre 1981 e 1983.

Quando chefiava o VIII Governo Constitucional, o terceiro da AD, Balsemão comunicou a decisão de deixar funções governativas, em setembro de 1982, seis dias após eleições autárquicas, declarando que tinha tomado essa opção "há muito". A demissão do primeiro-ministro levou Eanes a dissolver o parlamento.

Ao anunciar a sua decisão, Balsemão defendeu que se tinha atingido entretanto "a plenitude do regime democrático", com marcos como a revisão da Constituição, alcançados "apesar de muita oposição, de muita incompreensão e mesmo de algumas traições".

22.10.2025

Passos Coelho lembra "figura marcante da democracia"

O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho recordou Francisco Pinto Balsemão como "uma figura marcante da democracia" portuguesa e admitiu que o PSD de hoje é diferente do de então, o que considerou natural.

"Tudo o que não evolui, morre. As instituições são outras, o passado que temos atrás de nós foi muito importante para definir o que somos e como aqui chegámos, mas não é o que nos define para o futuro", afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, à saída do velório de Pinto Balsemão, que decorre no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.

Depois de ficar mais de uma hora na fila, - recusando vários convites para passar à frente pelo protocolo, como as outras altas individualidades - Passos sublinhou que acompanhou desde muito jovem o percurso político de Balsemão, tendo participado aos 16 anos no Conselho Nacional que o designou primeiro-ministro em 1980, após a morte trágica de Francisco Sá Carneiro.

"Ele é com certeza uma das personalidades que figurará entre as mais significativas e as maiores do nosso Portugal dos últimos 50, 60 anos", destacou.

Passos lembrou os tempos conturbados, politica e economicamente, mas recusou fazer quaisquer paralelismos com os executivos que liderou entre 2011 e 2015, quando o país estava sob assistência financeira.

"São questões muito diferentes, não queria estabelecer esse tipo de paralelo, são circunstâncias mesmo muito diferentes", disse.

Já questionado se o PSD de hoje ainda está no mesmo sítio da sua fundação por Pinto Balsemão, Passos considerou que não

"Não pode estar, porque o Portugal de hoje não é o Portugal de 1974. Todos nos deslocámos, não foi só o PSD, foi o país inteiro, não há nenhuma similitude entre as expectativas que existiam em 1974 e aquilo que se tinha seguido à Revolução, com aquilo que se passa hoje, é completamente diferente", disse.

O antigo presidente do PSD considerou que a mudança aconteceu no mundo inteiro, admitindo que hoje "existe um vento que sopra com mais força do lado da direita".

"Isso evidentemente não é eterno, mas significa que os problemas hoje são problemas muito diferentes daqueles que enfrentávamos em 1974, as respostas não podem ser as mesmas, a maneira de pensar não pode ser a mesma", considerou.

Questionado diretamente se o PSD navegou um pouco mais para a direita, Passos lembrou que também o PS evoluiu em Portugal, porque "tudo o que não evolui, morre".

"As instituições têm de se adaptar aos novos desafios, aos novos tempos, assim como as pessoas têm hoje expectativas muito diferentes daquelas que tinham quando estavam a construir uma sociedade democrática, que hoje é uma sociedade que está construída, tem os seus problemas, evidentemente, tem os seus desafios, mas são de outra natureza", disse.

Sobre Pinto Balsemão, Passos Coelho quis destacar, além dos contributos na vida política e para a liberdade de imprensa, outros dois que considerou estarem a ser menos falados.

Por um lado, o papel que teve para que Portugal subscrevesse avanços importantes na participação das mulheres na vida cívica e, na frente externa, "na reaproximação de Portugal com as suas ex-colónias, com os países africanos de língua oficial portuguesa".

"Foi a primeira grande reaproximação do Governo português com os governos desses países", salientou.

Em resumo, considerou que Pinto Balsemão foi "uma figura que marca de uma forma muito significativa aquilo que foi a sociedade portuguesa, a cultura portuguesa, a democracia portuguesa".

22.10.2025

Portugal perde "estadista notável" e "figura mediática brilhante", diz Guterres

O secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou esta quarta-feira a perda de "um amigo querido", referindo-se a Francisco Pinto Balsemão, que descreveu como "um estadista notável" e "uma figura mediática brilhante".

"Sobre o falecimento de Francisco Pinto Balsemão, antigo primeiro-ministro de Portugal, acabámos de ouvir o secretário-geral e ele disse que Portugal perdeu um estadista notável e uma figura mediática brilhante, e perdeu um amigo querido", afirmou o porta-voz adjunto de Guterres, Farhan Haq, no habitual 'briefing' diário à imprensa, em Nova Iorque.

22.10.2025

Primeiro-ministro cancela agenda até "final das cerimónias fúnebres"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou hoje toda a agenda prevista até ao final das cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, que decorrem até quinta-feira pela hora de almoço.

Francisco Pinto Balsemão, antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, morreu na terça-feira aos 88 anos.

"O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou toda a agenda até ao final das cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão", refere a nota, ficando em aberto se o chefe do Governo ainda poderá participar em parte do Conselho Europeu que se realiza em Bruxelas na quinta e sexta-feira.

O velório de Francisco Pinto Balsemão realiza-se hoje a partir das 18:30 em Lisboa, no Mosteiro dos Jerónimos, e a missa decorre no mesmo local às 13:00 de quinta-feira, sendo a celebração presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa emérito, D. Manuel Clemente.

O velório e a missa são abertos ao público, sendo o funeral reservado à família.

Luís Montenegro tinha inicialmente previsto na agenda de hoje o debate preparatório do Conselho Europeu na Assembleia da República, que também foi cancelado, tal como todo o plenário de hoje e quinta-feira.

O primeiro-ministro cancelou também a viagem já hoje para Bruxelas, na qual participaria no jantar informal com o Presidente do Egito por ocasião da Cimeira UE-Egito.

O Governo decretou luto nacional para hoje e quinta-feira, dias em que decorrem as cerimónias fúnebres.

22.10.2025

Paulo e Cláudia Azevedo lamentam perda de "figura maior" da democracia

O 'chairman' e a presidente executiva (CEO) da Sonae afirmaram hoje à Lusa que Portugal perdeu na terça-feira uma "figura maior" da democracia e da sua liberdade com a morte de Francisco Pinto Balsemão, "um homem com visão".

"O país perdeu ontem [terça-feira] uma figura maior da sua democracia e da sua liberdade", disseram Paulo Azevedo e Cláudia Azevedo.

Francisco Pinto Balsemão "foi um homem de visão, coragem e serviço público --- um dos construtores do Portugal moderno", prosseguiram os dois gestores, numa mensagem conjunta à Lusa.

"No seu percurso político, teve um papel decisivo na consolidação da democracia, e como primeiro-ministro marcou uma era de compromisso institucional e de defesa dos valores democráticos", sublinharam.

No jornalismo e nos media "deixou uma marca incomparável: fundador do Expresso e da SIC, foi pioneiro na criação de um espaço mediático livre, plural e de excelência", destacam.

Paulo Azevedo e Cláudia Azevedo apontam que a "sua defesa intransigente da liberdade de imprensa foi, e continuará a ser, uma referência para todos os que acreditam que uma sociedade informada é a base de uma democracia sólida".

Na Sonae, "reconhecemos em Francisco Pinto Balsemão um exemplo de liderança com propósito e impacto, cujos valores de independência, integridade e inovação espelham muitos dos princípios que procuramos viver no nosso dia a dia".

A visão de Francisco Pinto Balsemão "ajudou a moldar o país onde crescemos, vivemos e construímos", sublinham ainda.

"O país perde uma referência e a nossa família perde um amigo. À família Balsemão deixo, com enorme respeito e carinho, os nossos sentimentos e um abraço sentido", remataram o presidente da Sonae e a CEO do grupo.

O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto de luto nacional de dois dias pela sua morte, a cumprir hoje e quinta-feira, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.

22.10.2025

Câmara de Lisboa manifesta profundo pesar e decreta dois dias de luto municipal

A Câmara de Lisboa manifestou hoje o mais profundo pesar pela morte do antigo líder do PSD Francisco Pinto Balsemão, lembrando-o como "figura maior da vida pública portuguesa", e decretou dois dias de luto municipal em sua homenagem.

"Francisco Pinto Balsemão constitui uma figura singular e ímpar na defesa de três liberdades: de pensamento, de expressão e de informação, deixando uma marca indelével na cidade de Lisboa e no país e inspirando gerações", destacou a Câmara Municipal, em comunicado.

Antigo líder do PSD, ex-primeiro-ministro e fundador do Expresso e da SIC, Francisco Pinto Balsemão morreu na terça-feira aos 88 anos.

O luto municipal decretado pela Câmara de Lisboa em homenagem a Francisco Pinto Balsemão é para cumprir hoje e quinta-feira, "com a consequente colocação da bandeira do município a meia haste em todos os edifícios e equipamentos municipais".

Assim, o luto municipal junta-se ao luto nacional, também de dois dias e a cumprir hoje e quinta-feira.

"Empresário visionário, jornalista e político, Pinto Balsemão dedicou a sua vida ao serviço do país, deixando uma marca indelével na comunicação social, na democracia e na liberdade em Portugal", enalteceu a autarquia, referindo que o antigo líder do PSD foi fundador do semanário Expresso e "um dos protagonistas da consolidação democrática após o 25 de Abril", que exerceu ainda as funções de primeiro-ministro, "desempenhando sempre o seu papel com sentido de Estado, ética e compromisso cívico".

Citado em comunicado, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), disse que a capital "perde um dos seus grandes cidadãos", considerando que Pinto Balsemão foi "um exemplo de inteligência, de coragem e de dedicação à causa pública".

"Partiu uma das minhas referências pessoais e políticas. Francisco Pinto Balsemão teve uma vida feita de superlativos: foi fundador da democracia portuguesa, foi primeiro-ministro, foi o grande pioneiro da transformação da comunicação social. Mas foi, acima de tudo, também um cidadão sempre comprometido com o país", expôs Carlos Moedas.

Recordando a entrega, em 2023, da Medalha de Honra da Cidade a Pinto Balsemão, o presidente da Câmara de Lisboa apresentou, em nome da cidade, as mais sentidas condolências à família, aos amigos e a todos aqueles que com ele tiveram o privilégio de trabalhar e aprender.

"O seu legado permanecerá como inspiração para todos nós", afirmou Carlos Moedas.

22.10.2025

CIP: Pinto Balsemão contribuiu para tornar " país mais aberto, com maior concorrência e escrutínio"

CIP – Confederação Empresarial de Portugal destacou "o contributo de Francisco Pinto Balsemão para tornar Portugal um país mais aberto, com maior concorrência e maior escrutínio".

Em comunicado, enviado às redações, em que "exprime o seu pesar pela morte do empresário", que descreve como "um dos pais fundadores da democracia portuguesa", a CIP afirma que "Balsemão cultivou sempre, em todas as atividades políticas, empresariais e jornalísticas a que se dedicou, os valores da liberdade, da tolerância e do liberalismo". E que, neste âmbito, deu "contributos muitos relevantes para tornar a sociedade e a economia portuguesas mais abertas e com mais concorrência".

Além disso, invoca ainda a "intervenção decisiva" que Balsemão teve como primeiro-ministro na revisão constitucional de 1982, "a qual diminuiu a carga ideológica da primeira versão da Constituição da República Portuguesa, permitiu alguma flexibilização da atividade económica e substituiu o Conselho da Revolução pelo Tribunal Constitucional, elementos que foram decisivos para a normalização do país e para a consolidação do seu processo democrático e da sua abertura ao exterior".

A CIP recorda ainda o jornalista e empresário de meios de comunicação social, que fundou o Expresso, "jornal fundamental para o país e que, nos anos 80 do século passado, tornou o seu suplemento 'Economia' um dos fóruns mais qualificados de debate sobre o mundo empresarial em Portugal".

"O lançamento da SIC, a primeira estação de televisão privada, nos anos 90 foi outro contributo inestimável de Francisco Pinto Balsemão para tornar Portugal um país mais moderno, mais aberto à concorrência, com maior escrutínio, e com instituições económicas, sociais e políticas mais plurais e de melhor qualidade", enaltece.

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