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Marques Mendes: Parecer negativo dos serviços técnicos da ERC ameaça compra da TVI

A operação de compra da Media Capital pela Meo conhece esta semana nova etapa. O comentador da SIC diz que os membros da ERC estão confrontados com um parecer desfavorável por parte dos seus serviços técnicos.

Altice media capital drahi rosa cullel tvi
Altice media capital drahi rosa cullel tvi Miguel Baltazar
08 de Outubro de 2017 às 20:56

O comentador de televisão Luís Marques Mendes deixou no ar este domingo, 8 de Outubro, a possibilidade de a compra da Media Capital (TVI) pela Altice (Meo) vir a fracassar, já que os serviços técnicos da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) terão dado um parecer negativo à operação.

O ex-líder social-democrata relembrou no seu comentário semanal no Jornal da Noite da SIC que, depois do parecer desfavorável da Anacom, a 19 de Setembro, fica agora nas mãos da ERC o futuro da aquisição. Esta entidade tem, ao contrário do regulador das comunicações, parecer vinculativo no processo.

Esta terça-feira, 10 de Outubro, é o prazo limite para que os membros da ERC dêem o seu parecer, que se for negativo trava a venda. Segundo Marques Mendes, "o parecer dos serviços técnicos da ERC, ao que parece, é desfavorável à operação. Ou seja, é um parecer negativo".

Perante essa circunstância, é necessário que os três membros da direcção da ERC votem em conjunto contra a operação. Mas o presidente do organismo, Carlos Magno, pode ter uma palavra final: mesmo que os dois vogais votem a favor do parecer e o presidente votar contra, "então o negócio vai mesmo por diante, ficando a faltar a decisão final da Autoridade da Concorrência", afirmou.

"A ERC continua a trabalhar no processo e continua a receber pessoas interessadas em falar sobre o processo com a ERC", disse o presidente da entidade ao Negócios a 19 de Setembro. Um dia depois, foi conhecido que o presidente da Sonae, Paulo Azevedo, (que detém o Público e parte da Nos) pediu para ser recebido pela ERC no âmbito da compra.

Uma semana depois, o líder da Sonae manifestou-se preocupado que a compra da TVI seja o regresso das "teias tecidas por ligações entre o poder económico e político." Se a ERC desse luz verde ao negócio, afirmou, "seria muito grave para a saúde da democracia e da sociedade portuguesa," segundo a Lusa.

Um dia depois, Francisco Pedro Balsemão, presidente da Impresa, alertou para os perigos da convergência no sector: "A convergência terá graves problemas para o sector e não sou só eu que o digo", relembrando o parecer negativo da Anacom sobre a operação.

Igualmente a Nos e a Vodafone pediram o chumbo da compra, considerando-a uma operação "nefasta", que coloca em causa "a garantia do pluralismo" e pode levar a "uma balcanização dos conteúdos.

A Meo anunciou a 14 de Julho a compra da Media Capital por 440 milhões de euros, no âmbito de um acordo para a compra à Prisa de 100% da Vertix, que por sua vez detém 94,69% da Media Capital.

A empresa liderada por Patrick Drahi anunciou ainda o lançamento de uma OPA sobre o remanescente das acções da Media Capital (cerca de 4,5 milhões de títulos, representativos de 5,31% do capital) a 2,5546 euros por acção, o que coloca o valor a despender em cerca de 11,5 milhões de euros.

A aquisição depende da não oposição da Autoridade da Concorrência e da autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). Segundo o BPI, o processo - se for para a frente com a imposição de remédios - pode levar nove meses a concluir.

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