Ações da dona da Google perdem 120 mil milhões de dólares após rumores de divórcio com Apple

Os acionistas já estavam em alerta e o tombo da tecnológica foi grande. A representar mais de metade das receitas e lucros, o motor de busca Google tem visto pouca inovação e poderá enfrentar dificuldades.
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Matthias Balk/AP
Inês Pinto Miguel 09 de Maio de 2025 às 12:22

As ações da dona da Google, a Alphabet, sofreram um rombo de 120 mil milhões de dólares (106,7 mil milhões de euros) só esta semana, segundo cálculos da Bloomberg. A causa para este tombo deveu-se ao possível divórcio entre a Google e a Apple, depois da empresa da maçã revelar que está a considerar outros serviços de Inteligência Artificial (IA) para o seu serviço de browser, o Safari. 

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Os acionistas da Alphabet há muito que alertavam para os riscos que a IA impunha ao negócio do motor de busca, considerado o Santo Graal da tecnológica. Os sucessivos avisos tornaram-se reais esta semana, depois das declarações de um executivo da Apple, que indicou que o acordo entre as duas empresas, pela qual a Google paga 20 mil milhões de dólares anuais para ser o motor de busca padrão na Apple, pode estar em risco.

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A Google acrescentou recentemente serviços de IA no motor de busca, com o Gemini a dar sugestões sintetizadas na procura, mas este avanço pode não ser suficiente para combater os concorrentes, onde se incluem a OpenAI e a Anthropic. A empresa-mãe considera esta análise um problema, visto que o motor de busca representa mais de metade das receitas e dos lucros.

A procura crescente por "chatbots" de IA, observada desde o lançamento do ChatGPT em 2022, pode estar a ameaçar a Google e os motivos de alerta dos acionistas não são injustificados. Contudo, a Alphabet tem vindo a mostrar capacidade de recuperação e isso foi observado nos resultados do primeiro trimestre, onde apresentou um lucro líquido de 34,54 mil milhões, representando uma subida de quase 50%.

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Com a empresa a evidenciar preocupação, e a mesma a refletir-se nos títulos, a maioria dos analistas de Wall Street permanece otimista em relação à dona da Google. Mais de 80% dos analistas consultados pela Bloomberg mantêm a sua recomendação de compra, um número que fica aquém das outras tecnológicas.

Atualmente, as ações da Alphabet estão a ser negociadas quase 30% abaixo do preço-alvo dos analistas.

As estimativas dos analistas são positivas, embora haja quem evidencie um "excesso de otimismo". Com a perspetiva de lucro de 115 mil milhões para o total do ano, o mercado promete continuar a acompanhar os desenvolvimentos da empresa, isto numa altura em que há o risco do negócio de publicidade ser separado da estrutura principal.

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