Bruxelas vai escrutinar Big Tech para saber como combatem burlas online

A Comissão Europeia apenas pediu informações a três tecnológicas e à Booking, mas pode abrir investigação, caso não cumpram as regras da Lei dos Serviços Digitais. As fraudes online têm vindo a aumentar no bloco.
Bruxelas quer apertar o cerco às fraudes nos canais digitais.
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Inês Pinto Miguel 13:19

O bloco europeu prepara-se para escrutinar, ainda com mais profundidade, algumas Big Tech americanas. De acordo com o Financial Times, Bruxelas quer saber se a Apple, Google e a Microsoft, bem como a Booking, estão a adotar as medidas corretas paras evitar fraudes online. 

A publicação falou com Henna Virkkunen, comissária europeia para a Soberania Tecnológica, que admitiu que vai enviar pedidos formais de informação às três tecnológicas e à plataforma de alojamento Booking Holdings, algo que está previsto na Lei dos Serviços Digitais.

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"Temos visto cada vez mais atividades criminosas digitais. Queremos ter a certeza que as plataformas online estão a fazer todos os esforços para detetar e prevenir este tipo de conteúdo ilegal", disse a comissária.

Este pedido de informação poderá, no futuro, resultar numa investigação formal, caso a atuação das tecnológicas e da Booking não esteja de acordo com a lei europeia.

Em conferência de imprensa, o porta-voz desta área, Thomas Regnier, assegurou que este é "um passo essencial também para proteger os utilizadores em toda a UE contra algumas dessas práticas e para garantir que as plataformas na UE também desempenham o seu papel".

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A posição de Bruxelas chega num momento em que estão a ser detetados esquemas de burla, principalmente financeira, em nome das grandes plataformas, nomeadamente da Google, Apple, Microsoft e Booking, através de comunicações de e-mail ou mensagens. Estas comunicações aparentam ser das marcas, vindo assinadas como tal, e pedem a atualização das contas, confirmação de reservas e pagamento de serviços.

Ao pedir estas informação, a Comissão Europeia quer perceber o que estas empresas estão a lidar com estas fraudes digitais. 

A comissária europeia adiantou ainda ao Financial Times que as fraudes digitais já representam perdas superiores a quatro mil milhões de euros anuais para o bloco. Virkkunen alertou ainda que o uso de inteligência artificial até a fazer com que as fraudes se tornem mais difíceis de detetar.

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A União Europeia criou a primeira jurisdicação mundial para plataformas digital, obrigando-as a remover conteúdos ilegais e nocivos, tendo definido 19 plataformas como "gatekeepers" e analisando-as frequentemente. Atualmente, Bruxelas está a investigar a Meta e também a Temu e a Shein.

Sob a Lei dos Serviços Digitais, Bruxelas pode aplicar contraordenações a empresas que não cumpram os requisitos, nomeadamente coimas que podem ir até 6% do volume de negócios global anual.

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