Pequim quer posição privilegiada no capital da Alibaba e da Tencent
Pequim adquiriu na semana passada "golden shares" (na tradução literal para português ações douradas) numa subsidiária da gigante tecnológica Alibaba e também o quer fazer na Tencent, de acordo com documentação e fontes conhecedoras do assunto a que o Financial Times (FT) teve acesso.
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As "golden shares" são um mecanismo que permite ao Estado deter uma participação no capital social de uma empresa com direito a privilégios, como a nomeação de um administrador ou o direito de veto por exemplo, ainda que esta participação seja apenas minoritária.
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Uma entidade sob gestão de um fundo de investimento estatal criado pela Administração para o Espaço Informático (na sigla inglesa CAC) adquiriu uma participação de 1% no capital da Guangzhou Lujiao Information Technology, uma subsidiária da Alibaba, segundo os documentos de registo consultados pelo Financial Times.
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De acordo com duas fontes conhecedoras do assunto, contactadas pelo diário, o objetivo é efetivamente assegurar que Pequim passa a ter um maior controlo sobre empresa.
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Em concreto, o objetivo do Estado chinês é restringir os conteúdos exibidos na Youku, uma plataforma de "streaming" e no motor de pequisa UCWeb. Estas "golden shares" deram ainda ao Estado chinês o direito de contar com um representante no conselho de administração da empresa, o administrador Zhou Mo.
No que toca à Tencent, a intenção de Pequim é também deter participações numa ou em algumas das subsidiárias do grupo, ainda que o plano esteja a ser discutido, segundo três fontes conhecedoras do assunto, contactadas separadamente pelo FT.
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Outra fonte próxima da tecnológica explicou que Pequim está a fazer pressão para que as "golden shares" sejam adquiridas por uma entidade governamental e local de Shenzhen em vez do mesmo fundo que entrou para o capital da subsidiária da Alibaba.
Atualmente, Pequim já conta com uma participação privilegiada de 1% na Beijing ByteDance Technology, uma subsidiária do grupo dono do TikTok.
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