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Meta apresenta óculos inteligentes com ecrã e visão de futuro rumo à “superinteligência”

O novo equipamento permite ver mensagens, fazer chamadas e até traduzir em tempo real, num passo que Zuckerberg descreve como “um avanço científico enorme”.

Mark Zuckerberg apresenta centro de dados para IA da Meta
Mark Zuckerberg apresenta centro de dados para IA da Meta AP
13:29

A Meta apresentou esta quarta-feira, na conferência anual Meta Connect, a sua aposta mais ambiciosa em óculos inteligentes: os Ray-Ban Meta Display, o primeiro modelo da empresa com ecrã integrado. O dispositivo, desenvolvido em parceria com a EssilorLuxottica, custa 799 dólares (aproximadamente 675 euros) e estará disponível nos Estados Unidos a partir de 30 de setembro, expandindo-se depois para outros mercados.

De acordo com a empresa, os novos óculos incorporam um ecrã digital de alta resolução que aparece apenas quando é utilizado, permitindo ao utilizador realizar tarefas como ver mensagens, responder a chamadas ou assistir a vídeos sem bloquear o campo de visão. O controlo é feito através do Meta Neural Band, uma pulseira baseada em sinais eletromiográficos (EMG) que interpreta pequenos movimentos musculares para executar comandos, como responder a mensagens ou navegar em menus.

O dispositivo também integra uma câmara de 12 megapíxeis e é capaz de realizar chamadas de vídeo, aceder ao e apresentar traduções em tempo real. Mark Zuckerberg descreveu o produto como um “enorme avanço científico”, defendendo que os óculos são uma plataforma natural para integrar inteligência artificial no quotidiano, mais prática e discreta do que os volumosos "headsets" de realidade virtual, .

O lançamento marca um novo capítulo da estratégia de Zuckerberg, que em 2021 apostou no metaverso e agora procura reposicionar a empresa como líder em inteligência artificial. , o executivo apresentou os Ray-Ban Meta Display como parte do caminho para alcançar a “superinteligência”, isto é, sistemas de IA capazes de ultrapassar a capacidade humana. Zuckerberg não escondeu a ambição de, no futuro, substituir os smartphones por óculos que combinem comunicação, produtividade e entretenimento.

No entanto, nem tudo correu como esperado. Durante a demonstração ao vivo, Zuckerberg tentou várias vezes ligar ao diretor de tecnologia da Meta, Andrew Bosworth, sem sucesso. “Isto acontece”, comentou, reconhecendo as falhas técnicas. Ainda assim, sublinhou que os óculos representam o “primeiro interface neural ‘mainstream’”, uma forma de interação que poderá tornar-se dominante no futuro.

A empresa apresentou também outros modelos. Segundo a CNBC, os Oakley Meta Vanguard, voltados para atletas de desportos radicais como snowboard ou BTT, terão preço de 499 dólares e chegam ao mercado a 21 de outubro. Estes óculos incluem colunas mais potentes, autonomia de até nove horas, gravação em 3K e integração com relógios Garmin para monitorização de métricas como batimentos cardíacos. Já os Ray-Ban Meta (Gen 2), uma atualização da primeira geração lançada em 2023, custam 379 dólares e oferecem o dobro da autonomia (oito horas) e câmara mais avançada, com gravação em Ultra HD 3K.

Apesar do entusiasmo, os analistas mantêm cautela. , os modelos Ray-Ban tiveram sucesso inicial por serem acessíveis e discretos, mas a adoção dos óculos com ecrã poderá ser mais difícil devido ao preço elevado. Para o Financial Times, os problemas técnicos demonstram que a visão de Zuckerberg ainda enfrenta obstáculos práticos antes de conquistar o grande público.

Além da inovação tecnológica, a Meta continua a lidar com críticas em torno da segurança dos seus produtos. Como lembra a BBC, o anúncio ocorreu no mesmo dia em que familiares de vítimas de suicídio protestaram frente à sede da empresa em Nova Iorque, exigindo mais proteções para jovens nas plataformas sociais da empresa.

Com preços a partir de 379 dólares e até 799 dólares para o modelo mais avançado, os novos óculos inteligentes representam a tentativa mais séria da Meta de tornar esta tecnologia uma parte quotidiana da vida dos consumidores. Mas o desafio, como sublinham os analistas, será provar que os benefícios superam o custo e que os utilizadores estão prontos para trocar o smartphone por um acessório no rosto.

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