OpenAI com prejuízo de 13,5 mil milhões de dólares. Receitas dão salto de 16% no semestre
As contas da tecnológica foram pressionadas pelas despesas com investigação e desenvolvimento, especialmente do sistema da IA do ChatGPT.
O ChatGPT pode não ser tão rentável quanto se pensa. Esta é a conclusão a que se pode chegar, num momento em que é divulgado que a OpenAI apresentou prejuízos de 13,5 mil milhões de dólares nos primeiros seis meses do ano.
De acordo com o site The Information, que está a avançar com a notícia, mais de metade destas perdas da empresa liderada por Sam Altman são atribuíveis à reavaliação dos direitos de juros conversíveis. A pressionar as contas da tecnológica estiveram ainda as despesas com investigação e desenvolvimento, com os custos a ascenderem a 6,7 mil milhões no primeiro semestre de 2025.
A dona do ChatGPT gastou ainda dois mil milhões em vendas e publicidade, quase duplicando o montante gasto em todo o ano passado, e 2,5 mil milhões foi pago em remunerações com base em ações, quase o dobro do período homólogo. Este último valor é refletido devido à última avaliação da empresa, que poderá saltar para 500 mil milhões de dólares.
Contudo, nem tudo são perdas para a OpenAI. A empresa de Sam Altman gerou 4,3 mil milhões de dólares em receitas entre janeiro e junho deste ano, significando um salto de 16% em relação à faturação que registou em 2024. O mesmo documento mostra que 20% deste montante se destinou à Microsoft, devido ao acordo que as duas tecnológicas têm atualmente em vigor.
Ainda assim, o relatório entregue aos acionistas, citado pelo The Information, mostra que a firma fez desaparecer 2,5 mil milhões em dinheiro para acompanhar o desenvolvimento do sistema de inteligência artificial e a operar o ChatGPT. No fim do semestre, a empresa detinha, aproximadamente, 17,5 mil milhões em dinheiro e títulos, impulsionado pelo financiamento de 10 mil milhões.
A OpenAI prevê terminar o ano com receitas de 13 mil milhões de dólares e espera "queimar" até 8,5 mil milhões.
As últimas novidades, que surgiram a meio do mês, davam conta de que a criadora do ChatGPT e a Microsoft, o seu maior investidor, tinham chegado a um entendimento preliminar para uma mudança estrutural da empresa de Sam Altman. O objetivo é transformar a divisão com fins lucrativos numa empresa de utilidade pública, o que pode beneficiar a empresa com a entrada de novos investidores no capital, ou levar a uma futura entrada em bolsa.
Este acordo, ainda que não esteja fechado, é uma mudança significativa à parceria milionária, uma vez que a Microsoft é uma das principais opositoras à reestruturação, uma vez que leva ao afastamento da empresa das suas raízes enquanto sem fins lucrativos. De recordar que o ambiente se tem sentido pesado entre as duas companhias, com a Microsoft a abandonar os serviços exclusivos do OpenAI e a abrir a porta à concorrência e Sam Altman a atacar diretamente ao reduzir os preços dos planos para o setor empresarial.
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