Reckon.ai do Porto levanta mais 5 milhões para expandir “big brother” das compras
A tecnologia da startup que transforma equipamentos físicos em microlojas inteligentes, com “check-out” autónomo e sem interação humana, já é usada por grandes empresas no retalho, como o Pingo Doce, o Continente, o Carrefour e a Ikea, e quer singrar nos Estados Unidos.
Fundada em 2017, no Porto, a Reckon.ai desenvolveu uma tecnologia que, recorrendo à inteligência artificial e à visão computacional, transforma equipamentos físicos, como armários, frigoríficos ou prateleiras, em microlojas inteligentes, possibilitando uma experiência de compra totalmente autónoma.
Para desbloquear estes armários, conta a startup portuense, os consumidores podem usar a app white label da Reckon.ai, do cliente em que estão instalados ou encostar um cartão de débito ou crédito, abrir as portas, escolher o produto e fechá-las novamente, “sem precisarem de parar para pagar nem de qualquer interação humana”, realçam.
Caso os consumidores decidam não comprar qualquer produto, “basta recolocá-lo no armário inteligente, sem qualquer compromisso”, refere a Reckon.ai, cuja tecnologia já é usada por empresas com operações no retalho, “como a Jerónimo Martins (Pingo Doce), a Carrefour, a Sonae (Continente), a IKEA, a Rewe, Lekkerland e a Petit Forestier, entre outras”, refere, num comunicado em que revela que angariou mais 5,1 milhões de euros junto de três capitais de risco portuguesas.
Com esta ronda de investimento, liderada pela gestora de “private equity” Iberis Capital e que contou também com a participação da Alea e da Touro, a Reckon.ai, que iniciou a sua atividade no retalho alimentar, pretende expandir as suas soluções tecnológicas para segmentos de mercado em que existe procura por soluções de compra autónomas, como o farmacêutico, cosmética e eletrónica, e reforçar a presença em mercados estratégicos europeus e alavancar a atividade nos Estados Unidos.
Após entrar em 2025 com 20 profissionais ao serviço, a Reckon.ai conta atualmente com 40 trabalhadores e, com o novo investimento em curso, vai “querer reforçar a equipa de desenvolvimento, ‘growth & customer success’ e operações”, prevendo “chegar a 2026 com cerca de 80 pessoas”, adiantou ao Negócios fonte oficial da tecnológica.
A startup liderada por Ana Pinto considera que a sua solução é a ideal para lojas de conveniência, estações de comboio, áreas de serviço, hospitais, aeroportos, centros comerciais e recintos desportivos, entre outros.
“Na Reckon.ai, a nossa missão é redefinir a forma como os consumidores interagem com as compras, tornando-as mais simples, intuitivas e práticas. Este investimento marca um momento decisivo para a empresa por que vai acelerar a expansão global e a inovação contínua da tecnologia”, afirma Ana Pinto, CEO da Reckon.ai.
“Quando estão a ponderar uma compra, os clientes gostam de ver os produtos nas suas mãos. A Reckon.ai oferece esta possibilidade, mantendo compras autónomas, a qualquer momento e em qualquer lugar. Além disso, estes armários inteligentes são simultaneamente escaláveis e eficientes em termos de custos”, observa João Henriques, sócio da Iberis Capital.
Já Rui Escaleira, cofundador da Alea, considera que o “investimento de dois milhões de euros” realizado por esta gestora de investimentos em ativos alternativos nesta startup reflete a sua “confiança na capacidade de crescimento da Reckon.ai”.
Para Paulo Pio Correia, managing partner da Touro Capital Partners, “a Reckon.ai tem um produto com forte potencial de escalabilidade e uma proposta de valor muito relevante, que ajudará a revolucionar o setor do retalho”.
Concluída a nova ronda de investimento, a Reckon.ai já captou cerca de 8,5 milhões de euros.
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