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"Verdadeiro valor da IA ainda não foi desbloqueado", afirma CEO da "cloud" da Amazon

Matt Garman voltou a subir ao palco do re:Invent para apresentar dezenas de novidades, mas o foco esteve nos agentes de IA e na capacidade de treinar modelos com dados próprios.

22:38

A revolução está apenas no início. Esta é a visão que o CEO da Amazon Web Services (AWS), Matt Garman, tem sobre o processo que tem sido disruptivo para o mundo tecnológico desde 2022, com a introdução do ChatGPT no mercado. 

"O verdadeiro valor da inteligência artificial [IA] ainda não foi desbloqueado", vinca o responsável da empresa, naquele que é o seu segundo discurso enquanto CEO, após substituir Andy Jassy. "Não foi há muito tempo que estávamos a testar os 'chatbots' e eles agora são um dado adquirido", completa. 

No palco da conferência anual re:Invent, Matt Garman afirmou que a AWS nasceu para dar liberdade aos 'developers'. "Queremos que construam tudo o que quiserem. Estamos a dar liberdade para o inventor fazer os projetos que entender", diz, apontando que, com os avanços tecnológicos a que se assistem, "todas as indústrias estão na fase em que se estão a reinventar". 

Agora, a AWS está focada nos agentes e na forma como estes impactam os trabalhadores, ajudando a poupar custos e a reduzir o tempo para a realização das tarefas. "Os agentes de IA trouxeram-nos grandes alterações à forma como trabalhamos. É uma ferramenta técnica que está a trazer valor e vão existir milhões de agentes no futuro. Estes aceleram mudanças que têm de acontecer em vários setores da atividade", destaca. 

"Os agentes estão a criar um impacto de escala", sustenta Matt Garman. Os agentes são a novidade do ano para o braço de "cloud" da empresa fundada por Jeff Bezos. 

Outra novidade dada durante o discurso foi os "fronteir agents", com o CEO a apelidá-los de "uma nova classe de agentes de IA". Estes agentes são, explica, são sistemas autónomos que têm capacidade de trabalhar de forma independente, "durante horas ou dias sem qualquer intervenção humana", acrescentando-se a sua capacidade de memória. Esta ferramenta pretende ser uma extensão da equipa humana, ajudando os trabalhadores com tarefas individuais. 

Uma vantagem destes agentes é que são "massivamente escaláveis" e "aprendem com o 'feedback' humano, ficando mais inteligente e adaptando-se às necessidades do trabalhador e da empresa". É esta ferramenta digital que permite que as empresas tenham menos custos e mais capacidade de trabalho, com Matt Garman a dar o Reddit e a Sony como exemplos práticos. 

E os agentes estão a funcionar junto das empresas que já os adotaram. "As equipas estão a completar as suas tarefas em um décimo do tempo que demoravam", acrescenta Garman.

São estes mesmos agentes que se posicionam como "um ponto de inflexão" para o desenvolvimento de IA, considera o líder da AWS, que se pretende colocar à frente da concorrência, composta pela Microsoft e Google.

"Dados são o que vos diferencia da concorrência"

O CEO da AWS quer que as empresas valorizem os seus dados, especialmente por serem algo único e que as distinguem das restantes companhias. A visão do chefe da "cloud" insere-se na utilização de modelos de IA em "open source", que admite não serem os melhores. 

"Os vossos dados são o que vos diferencia da concorrência", explica, adiantando que as empresas têm capacidade de se destacar por eles. 

Sobre os modelos de "open source" existentes no mercado - e também como forma de vender o seu peixe -, Matt Garman recorda que "os modelos abertos tendem a esquecer-se das coisas importantes que foram aprendendo". E explica: "é como a semelhança da compreensão de novas linguagens. Temos tendência a aprender mais rapidamente quando fomos mais novos, o mesmo não acontece quando somos adultos". 

Por isso, a AWS apresenta o Nova Forge, dando oportunidades às empresas de misturarem os seus dados ao modelo base da tecnológica. Ou seja, o modelo é treinado diretamente com dados proprietários da empresa, simplificando o processo de "esquecimento" do que foi compreendido.

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