Uma das "dotcom" sobreviventes em bolsa pode estar de saída
A Sonaecom pode estar a chegar ao fim. A sua permanência em bolsa parece cada vez mais difícil, já que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) anunciada esta semana pretende adquirir as acções detidas pelos accionistas minoritários, ou seja, toda a parcela de 24,18% que está disponível no mercado. O restante capital está já nas mãos da Sonae.
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Se a OPA tiver sucesso, a Sonae fica a única accionista da Sonaecom que, com a fusão da Zon com a Optimus, ficou com a sua actividade esvaziada. A Sonaecom será uma empresa com uma participação de 50% na Zopt, que, por sua vez, detém 50,01% da Zon Optimus, ou seja, a Sonaecom terá 25% da Zon Optimus, a que junta o negócio de media (jornal Público) e o negócio de tecnologias de informação (onde está a WeDo e a Bizdirect).
Os analistas vão acreditando que os negócios da Sonaecom serão absorvidos pela Sonae. O que significaria o fim da Sonaecom. Empresa criada em plena bolha das "dotcom" que marcou o fim dos anos 90 do século passado.
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A própria Sonaecom começou por se chamar Sonae.com (com o ponto), para ser identificada com o que se designava, à época, "nova economia". A euforia existia em torno dos negócios da Internet, das tecnologias e telecomunicações. E foi essa euforia que levou à bolsa nacional a ParaRede (hoje Glintt, com outros negócios), a PMT.com (uma empresa do universo PT que já não existe), a PT Multimédia (hoje Zon Optimus) e a Novabase.
Também a Sonae agregou os seus negócios nesta área na "holding" Sonae.com e cotou-a em bolsa. A empresa chegou ao mercado accionista em 1 de Junho de 2000 tendo sido vendida cada acção a 10 euros. Só que chegou à bolsa numa altura em que a "bolha" da nova economia estava a rebentar. Vendeu cada acção no valor mínimo de um intervalo que tinha sido definido (entre 10 e 12,67 euros). A colocação foi bem sucedida. Ficou 20% do capital disperso. A chegada ao PSI-20 aconteceu nesse mesmo mês, em 12 de Junho de 2000.
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Está há mais de 13 anos em bolsa. Mas até quando? A Sonaecom não assume que vai retirar a empresa de bolsa. E na assembleia geral extraordinária, marcada para 18 de Novembro próximo, não se propõe a saída de bolsa.
O único ponto da agenda é a redução de capital, eliminando as acções próprias que adquirirá na OPA e reduzindo o valor nominal das acções para libertar reservas para pagar o que for necessário na OPA. Esta oferta é feita dando acções da Zon Optimus, mas que incluirá dinheiro se as acções que a Sonaecom detém directamente na nova empresa não chegarem.
O caminho agora esperado é, pois, a saída da empresa da bolsa e a integração da Sonaecom na Sonae. A acontecer, Paulo Azevedo (na foto) volta a ter nas suas mãos directamente os negócios das TMT (tecnologias, media e telecomunicações).
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