Apagão mostrou "assimetria profunda" nas redes móveis. Digi demorou mais de 24 horas a repor rede
As operadoras desligaram a rede 5G para mitigar o problema, mas as redes mostraram pouca resiliência quando confrontadas com o colapso da rede elétrica.
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O apagão que se fez sentir na Península Ibérica no passado dia 28 de abril levou à queda do sistema de telecomunicações revelou "uma assimetria muito mais profunda no nível de resiliência energética das redes móveis portugueses", com o impacto nas operadoras portugueses a ser superior do que no país vizinho.
O mais recente relatório da Ookla mostra que todos os operadores falharam, mas que se observaram diferenças na atuação de cada um. No auge do apagão "mais de um em cada três utilizadores de redes móveis em Portugal ficou sem serviço".
"Os utilizadores móveis da rede Digi foram significativamente mais propensos a experienciar uma perda total de serviço", com até "90% dos assinantes" a ficarem "sem qualquer cobertura móvel durante mais de 24 horas", o que refletiu "as limitações do desenvolvimento menos amadurecido da rede Digi em Portugal".
No sentido oposto ficou a Meo. A operadora "demonstrou uma resiliência significativamente maior em todo o território português durante o apagão", provocada pelas baterias instaladas que conseguiram "atenuar e atrasar os impactos das falhas".
"No pico da interrupção do serviço, entre seis e oito horas após a perda de energia [às 11h33], os assinantes da Meo tinham, em média, metade da probabilidade de perder o serviço comparativamente aos da Nos, quatro vezes menos do que os da Vodafone e seis vezes menos do que os da Digi", refere o relatório da Ookla.
A curva da Vodafone, embora menos pronunciada do que a da Digi, "atingiu um pico muito acentuado". Isso foi visível pelas 19h30, quando 70% dos assinantes ainda não tinham serviço, sendo que o mesmo só começou a ser reposto a partir das 20h00.
Apesar de partilhar e operar infraestruturas com a Vodafone, a Nos não assistiu a uma interrupção tão prolongada. "Isto indica que a rede da NOS apresenta uma resiliência energética relativamente maior nos locais onde a sua infraestrutura não é ativamente partilhada, em comparação com os geridos de forma independente pela Vodafone", lê-se.
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