Oi agrava prejuízos em 2020 para 10,5 mil milhões de reais
A operadora brasileira fechou o segundo ano consecutivo de prejuízos, apesar da melhoria das contas no último trimestre.
A operadora brasileira Oi, que tem a Pharol como acionista, agravou os prejuízos em 2020 para 10,5 mil milhões de reais (cerca de 1,56 mil milhões de euros), de acordo com o relatório dos resultados apresentado esta segunda-feira, 29 de março.
Este foi, assim, o segundo ano consecutivo de prejuízos anuais para a companhia brasileira, que fechou o ano anterior com um resultado líquido negativo de 9 mil milhões de reais. Em 2018, a operadora havia registado lucros de 24,6 mil milhões de reais.
No ano passado, marcado pela pandemia da covid-19, a companhia conseguiu, ainda assim, melhorar as contas no quarto trimestre, tendo passado de prejuízos de 2,6 mil milhões de reais entre julho e setembro para lucros de 1,8 mil milhões entre outubro e dezembro.
No conjunto do ano, as receitas desceram 3,8% para 6.751 milhões de reais, enquanto as despesas financeiras mais do que duplicaram para 13,5 mil milhões de reais. Um aumento motivado, principalmente, pelo item "Outras Receitas/ Despesas Financeiras".
"Em 2019, este item havia sido beneficiado pela receita de atualização monetária do crédito de PIS/ COFINS sobre ICMS no valor de R$ 1.533 milhões. Soma-se a isso, maiores despesas com provisões para Anatel no ano corrente, conforme determinado na aprovação do aditamento do Plano de Recuperação Judicial, além do impacto da variação cambial sobre os passivos onerosos (contratos de transmissão de dados por cabos submarinos e satélites)", esclarece a Oi.
Adicionalmente, a subida é justificada pela forte depreciação cambial do real face ao dólar em 2020 em 28,9%, em comparação com uma desvalorização de 4% no ano anterior.
Já a dívida líquida aumentou 82% para 21,8 mil milhões de reais, uma evolução que decorre igualmente da evolução do real face ao dólar, "resultado dos efeitos da pandemia da COVID-19 sobre a economia do país e do mundo, além das incertezas fiscais e risco político, no front doméstico", acrescenta a empresa.
No que respeita ao investimento, registou-se uma quebra de 6,9% em 2020 para 7.299 milhões de reais.
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