Tecnológicas e Powell derrumbam Wall Street. Dona do Facebook afunda mais de 12%
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quinta-feira.
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Tecnológicas e Powell derrumbam Wall Street. Dona do Facebook afunda mais de 12%
Os principais índices norte-americanos arrancaram a penúltima sessão da semana no vermelho, pressionados por uma série de resultados de grandes tecnológicas que acabaram por ficar aquém das expectativas, com o cenário a ser exarcebado pelos comentários do presidente da Reserva Federal (Fed) - após a reunião em que o banco central cortou as taxas de juro em 25 pontos base.
O S&P 500 abriu a sessão com perdas de 0,76% para 6.838,09 pontos, enquanto o industrial Dow Jones cede 0,18% para 47.546,50 pontos e o tecnológico Nasdaq é o mais pressionado a esta hora, ao desvalorizar 1,36% para 23.632,51 pontos. Na sessão anterior, este último foi o único a escapar das perdas, num dia em que os restantes principais índices até abriraram no verde - mas acabaram no vermelho, depois de Powell ter indicado que um novo corte não estava garantido em dezembro.
"A reação imediata dos mercados foi considerar a reunião do Comité Federal de Mercado Aberto 'hawkish' – levando à venda simultânea de obrigações, ouro e ações", explica Matt King, fundador da Satori Insights, à Reuters. “Nas discussões do comité nesta reunião, houve opiniões fortemente divergentes sobre como proceder em dezembro. Uma nova redução na taxa de juros na nossa reunião de dezembro não é uma conclusão garantida — longe disso”, referiu o líder do banco central em conferência de imprensa após a decisão ter sido anunciada.
Com os mercados menos otimistas em relação a um novo corte, os investidores viram-se agora para os resultados trimestrais das empresas, principalmente das grandes tecnológicas - que não dão muitas razões para sorrir. A Meta afunda 12,10% para 660,71 dólares, depois de a dona do Facebook ter visto os lucros caírem 83% para 2,71 mil milhões, penalizados por um encargo fiscal único de 15,9 mil milhões de dólares.
Já a Microsoft cede 1,94% para 531,07 dólares, apesar de até ter registado um aceleramento nas receitas acima do esperado pelo mercado. A empresa viu as suas vendas crescerem 17% para 77,67 mil milhões de dólares, mas deixou um aviso: as despesas de capital vão aumentar outra vez este ano - o que reverteu o entusiasmo inicial em torno dos resultados da tecnológica.
Em claro contraste, a Alphabet ganha 2,55% para 281,99 dólares, após ter visto as receitas disparerem 16% para 102,35 mil milhões de dólares - um valor que fica bastante acima das previsões, que apontavam para 99,85 mil milhões. A inteligência artificial foi a grande impulsionadora dos resultados da dona da Google e a empresa promete investir ainda mais, podendo chegar aos 93 mil milhões este ano.
Já a Nvidia, que é a última das "sete magníficas" a apresentar resultados, no dia 19 de novembro, corrige dos ganhos da sessão anterior, ao ceder 2,30% para 202,28 dólares, depois de se ter tornado a primeira empresa de sempre a ultrapassar a marca dos cinco biliões de dólares em capitalização bolsista - a primeira "five trillion dollar baby". Neste momento, está abaixo desse patamar.
Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses em relação a quarta-feira, no dia em que o Banco Central Europeu (BCE) em Florença voltará previsivelmente a manter as taxas diretoras.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que recuou para 2,050%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,127%) e a 12 meses (2,186%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu hoje, ao ser fixada em 2,127%, mais 0,004 pontos do que na quarta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a agosto indicam que a Euribor a seis meses representava 38,13% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 31,95% e 25,45%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,186%, mais 0,001 pontos do que na sessão anterior.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou para 2,050%, menos 0,016 pontos do que na quarta-feira.
A reunião de política monetária do BCE em Florença, Itália, termina hoje e os investidores estão a antecipar mais uma manutenção das taxas diretoras, a terceira consecutiva.
Na anterior reunião, em 11 de setembro, o BCE manteve as taxas diretoras, pela segunda reunião de política monetária consecutiva e como antecipado pelos mercados, depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Europa no vermelho antes do BCE
As bolsas europeias estão pintadas de vermelho, numa altura em que os investidores se focam na decisão do Banco Central Europeu desta quinta-feira. A entidade monetária deverá manter os juros inalterados e, portanto, o foco deverá estar nas declarações de Christine Lagarde e as perspetivas sobre a política monetária até ao final do ano.
Além disso, os resultados de três gigantes de tecnologia norte-americanas - Meta, Microsoft e Alphabet -, foram recebidos com reações mistas, refletindo preocupações com o crescente investimento em inteligência artificial (IA) e os custos das infraestruturas. As três anunciaram, esta quarta-feira, planos para acelerar estes investimentos, A dona do Instagram, por exemplo, disse que o investimento em IA para o ano deverá fixar-se entre 91 mil milhões e 93 mil milhões de dólares, acima da estimativa anterior de 85 mil milhões.
Na política comercial, os presidente dos EUA e da China chegaram a acordo para reduzir as tarifas sobre a China em troca de Pequim voltar a comprar soja americana, da manutenção do fluxo de exportações de terras raras e do combate ao comércio ilícito de fentanil. O acordo não está a ter grande impacto nos mercados, já que já tinham sido incorporado e ficou dentro das perspetivas dos analistas.
O índice de referência para o bloco, o Stoxx 600, está a ceder quase 0,5% para 572,71 pontos, pressionado pelos setores de media, retalho, banca e telecomunicações, que estão a cair mais de 1%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,18%, o espanhol IBEX 35 tomba 1,36%, o italiano FTSEMIB desvaloriza 0,87% e o neerlandês AEX recua ligeiros 0,02%. O francês CAC-40 cede 0,5%, enquanto o britânico FTSE 100 cede 0,58%. Em contraciclo, a bolsa de Lisboa contraria a tendência e sobe 0,47%.
Entre os principais movimentos empresariais, a Schneider Electric recua quase 4%, com os analistas do JPMorgan Chase a dizer que as expectativas dos compradores podem ter sido mais elevadas antes dos resultados do terceiro trimestre.
A Remy Cointreau caiu 8% depois de ter reduzido as suas previsões para o ano fiscal atual.
Entretanto, o ING Groep ganha 4,7%, uma vez que os lucros da instituição financeira ficaram acima das previsões.
"Os resultados das empresas continuam resilientes e a hipótese de flexibilidade monetária futura poderia ajudar a Europa a recuperar terreno após meses de atraso em relação aos pares mundiais", afirmou Florian Ielpo, da Lombard Odier Investment Managers, à Bloomberg.
Juros da dívidas agravam-se à espera do BCE e após inesperado crescimento de França
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estavam a subir em toda a linha, após o anúncio, esta manhã, de que a sua segunda maior economia, a de França, acelerou mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre (0,5% versus 0,3%) e se espera que, à tarde, o Banco Central Europeu (BCE) anuncie que mantém os juros inalterados.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, agravavam-se 1,8 pontos base para 2,637%. Por sua vez, as "yields" francesas com a mesma maturidade subiam 1,9 pontos para 3,418%, enquanto os juros italianos avançavam 2,2 pontos para 3,401%.
Já os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravavam-se 2,3 pontos para 3,001%. As de Espanha seguiam a mesma tendência, com uma subida na mesma medida para 3,152%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, aumentavam 3,1 pontos-base, para 4,422%.
Powell dá força ao dólar ao lançar dúvidas sobre novo corte dos juros
A moeda norte-americana está a ganhar terreno perante a maioria das principais divisas depois de o presidente da Reserva Federal (Fed) dos EUA, Jerome Powell, ter lançado ontem dúvidas entre os investidores quanto a um corte nas taxas federais na próxima reunião. Powell discursou após a Fed ter avançado com o segundo corte nas taxas diretoras este ano, o que já tinha sido incorporado pelo mercado.
O euro cede 0,05% para os 1,1645 dólares, enquanto a "nota verde" ganha 0,12% perante a divisa japonesa, para os 152,29 ienes.
O dólar valoriza ainda perante a moeda helvética, para os 0,7962 francos suíços, e a divisa britânica cede 0,37% face à rival norte-americana, negociando nos 1,3223 dólares.
Ouro avança 1% com corte de juros pela Fed
Os preços do ouro estão a ganhar terreno esta quinta-feira, após o corte das taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) dos EUA, que pressionou o dólar e tornou o ativo-refúgio mais barato, enquanto os investidores permaneceram cautelosos quanto ao resultado do acordo comercial entre os presidentes dos EUA e da China. O acordo entre as duas maiores economias do mundo resultou numa descida das tarifas aplicadas pelos EUA à China de 57% para 47%.
A onça de metal amarelo pula 1% para 3.968,67 dólares, depois de ter caído cerca de 5% nas últimas quatro sessões.
"Não há nenhum catalisador para a subida dos preços além de uma leve recuperação técnica. Muitos fatores contribuíram para a queda do ouro esta semana. O acordo comercial entre EUA e China diminuiu o impacto do comércio e da geopolítica como fatores favoráveis", disse Kyle Rodda, analista da Capital.com, à Reuters.
Os investidores parecem estar mais focados na flexibilização monetária da Fed. Apesar da subida desta manhã, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que os governadores estão a ter dificuldades para chegar a um consenso sobre o futuro da política monetária e alertou que os mercados não devem presumir outro corte de juros em dezembro.
Petróleo perde terreno. Não foi tema de conversa entre Trump e Xi
Os preços do petróleo estão a recuar quase 1%, depois de a reunião entre Donald Trump e Xi Jinping ter corrido dentro das expectativas dos investidores e sem que as diferenças sobre as importações de crude russo fossem um tema de controvérsia.
Depois de os líderes das duas maiores economias do mundo terem encerrado o encontro na Coreia do Sul, o Presidente dos EUA disse aos jornalistas que, embora tivessem discutido a guerra na Ucrânia, não abordaram o tema do petróleo. Antes da cimeira, os EUA impuseram sanções aos principais produtores russos para aumentar a pressão sobre a Rússia em relação ao conflito, e Trump disse que tencionava pressionar Pequim para reduzir as importações de crude de Moscovo.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza 0,94% para os 59,91 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a perder 0,94% para os 64,31 dólares por barril.
O petróleo continua a caminho de uma terceira queda mensal, a maior sequência de perdas desde o terceiro trimestre do ano passado. Os preços foram prejudicados pelas expectativas de que os aumentos na oferta da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) em dezembro levem a que os países rivais vão aumentar a produção acima da procura, de forma a ganhar quota de mercado.
O cartel deverá optar por um aumento de 137 mil barris por dia a partir de dezembro, apesar das sanções dos EUA às empresas russas Rosneft e Lukoil, ameaçando reduzir o abastecimento mundial, disse a RBC Capital Markets LLC, numa nota citada pela Bloomberg.
Neste contexto, a Agência Internacional de Energia alertou que o excedente em 2026 será recorde, embora a Saudi Aramco tenha adotado um tom mais positivo.
Encontro entre Xi e Trump deixa Ásia sem rumo. Samsung salta mais de 3%
As bolsas asiáticas oscilaram entre ganhos e perdas, depois de o Presidente dos EUA, Donald Trump, ter dito que chegou a um acordo com o homólogo chinês, Xi Jinping, sobre terras raras e tarifas, enquanto o iene desvalorizou após o Banco do Japão manter as taxas de juros inalteradas.
Após uma reunião de quase duas horas com Xi Jinping, Trump anunciou ter concordado em reduzir as tarifas sobre a importação de bens chineses em troca de que Pequim, voltasse a comprar soja dos EUA, da manutenção do fluxo de exportações de terras raras e do combate ao comércio ilícito de fentanil.
No entanto, a reação do mercado está a ser contida, num momento em que os investidores tentam digerir as informações divulgadas até o momento e a aguardar mais detalhes. A China ainda não se pronunciou, mas alguns analistas dizem que a reunião correu dentro das expectativas.
"No momento, a movimentação dos preços dá a impressão de que grande parte já estava incorporado", disse Kyle Rodda, analista da Capital.com, à Reuters. "Os mercados esperavam a retirada completa das tarifas sobre o fentanil, o que poderá explicar a ambivalência nos mercados", explicou.
O índice MSCI de ações para a Ásia-Pacífico (fora do Japão) reverteu os ganhos anteriores de até 0,5% e fechou em queda de 0,5%. No Japão, o Topix saltou 0,69% para 3.300,79 pontos e o Nikkei 225 avançou modestos 0,035% para 51.325,61 pontos, também depois de o Banco do Japão ter mantido as taxas de juros inalteradas. O movimento já era esperado, tendo a entidade monetária reiterado a sua promessa de continuar a aumentar os juros, caso a economia avance de acordo com as suas projeções.
Na China, o Shanghai Composite perdeu 0,73% para 3.986,90 pontos e o Hang Seng, em Hong Kong, subiu ligeiros 0,06% para 26.361,72 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi somou 0,14% para 4.086,89 pontos, tendo recuado de um aumento de até 1,6% nesta sessão, depois de Trump e o presidente sul-coreano, Lee Jae Myung, finalizaram os detalhes do acordo comercial.
Nas notícias empresariais, a Samsung Electronics terminou a sessão com ganhos de 3,58% com o anúncio de subida de lucros na ordem dos 32% no terceiro trimestre.
Na Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 apontam para ganhos muito ligeiros, em dia de reunião do Banco Central Europeu, em que o mercado antecipa amplamente que a entidade monetária mantenha as taxas de juro inalteradas. Vão olhar antes para os comentários da presidente Christine Lagarde sobre o rumo da política monetária no próximo ano.
Esta quarta-feira, a Reserva Federal dos EUA, cortou as taxas de juros em 25 pontos-base, como esperado. Os mercados levantaram preocupações com o facto de Jerome Powell ter referido, por diversas vezes, a falta de dados oficiais durante a paralisação do Governo. Powell disse que os governadores vão adotar uma posição mais cautelosa, caso continuem sem novos relatórios de emprego e inflação.
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